Tanto os Sábios Como os Estadistas
Desmascaram a Ignorância Organizada
Carlos Cardoso Aveline

Winston Churchill
(esquerda) é interpretado por
Gary Oldman no filme
“O Destino de Uma Nação”
O filme “O Destino de Uma Nação” (intitulado em Portugal
“A Hora Mais Negra”) examina momentos dramáticos na vida do primeiro-ministro
inglês Winston Churchill, e uma página decisiva na história da humanidade. [1]
Apesar do título pouco otimista - no original, “Darkest
Hour”, “A Hora Mais Negra” - este é um dos filmes espiritualmente luminosos produzidos
sobre a segunda guerra mundial. Contém reflexões importantes sobre o papel da
opinião pública na História e o dever dos líderes políticos e chefes de estado.
Uma verdadeira obra de arte, o filme usa o Reino Unido
como exemplo para mostrar o duelo mortal entre verdade e falsidade no coração
humano e na vida pública. A luta está muito viva no século 21, quando a
“opinião coletiva” é facilmente fabricada na maior parte dos países através de
campanhas de propaganda que atuam em níveis conscientes e subconscientes da
mente.
O desafio de preservar o bom senso e o discernimento
enquanto se evita as ilusões coletivas não é algo que os teosofistas desconheçam
completamente, porque um Mestre de Sabedoria afirma em “Cartas dos Mahatmas”:
“…Nas
ideias ocidentais, tudo é reduzido às aparências,
mesmo na religião.”
E
o instrutor prossegue:
“Um
confessor não pergunta a seu penitente se ele sentiu raiva, mas se ele mostrou
raiva a alguém. ‘Evitarás ser descoberto ao
mentir, roubar, matar, etc.’ - este parece ser o principal mandamento dos
Senhores deuses da civilização, a Sociedade e a Opinião Pública.” [2]
Mais
de um projeto moralmente desprezível é apresentado como altruísta com a ajuda
de técnicas milionárias de propaganda. E, na maior parte dos casos, é fácil
atacar um esforço nobre diante da “opinião pública”. Portanto, os cidadãos de
boa vontade devem ser indiferentes a aplauso e críticas. As consequências
práticas disso são inevitáveis. Nas Cartas dos Mahatmas lemos que os iniciados
carecem totalmente “daquele sentido do ridículo que incita a mente ocidental a
ridicularizar as melhores e mais nobres aspirações do gênero humano”. Um iogue,
diz o mestre, não pode sentir-se “ofendido ou envaidecido pela opinião do
mundo”. [3]
Outro
mestre da sabedoria oriental recomendou a um discípulo leigo:
“Não
tema, homem imortal, despreze os
sussurros maldosos do Janus de dupla face chamado opinião pública.” [4]
Para
os Iniciados, o “tribunal da opinião pública” tem pouca legitimidade e é “o
mais levianamente cruel, preconceituoso e injusto dos tribunais.” [5]
No
começo da segunda guerra, Winston Churchill desafiou este
tipo de tribunal ao insistir na “estranha ideia” de que as pessoas de boa
vontade deveriam defender de fato o Reino Unido e a civilização ocidental
contra a agressão nazista.
Os
sábios e os estadistas autênticos desmascaram a ignorância coletiva.
Em 1939-1940, os partidários da submissão dominavam a
opinião pública. Hitler parecia invencível. Manter-se em paz com o governo
nazista de Berlin era - desde o ponto de vista da preguiça mental e da derrota
moral - a única opção. Winston Churchill era portanto um louco por tentar
resistir, e suas ideias foram consideradas absurdas na melhor das hipóteses.
“O Destino de Uma Nação” - ou “A Hora Mais Negra” - é
altamente recomendável para teosofistas e amigos da humanidade que buscam a
verdade e aceitam a tarefa probatória de desmascarar falsos consensos.
O filme é uma história sobre como a verdade e a coragem
moral derrotam o politicamente correto. Ele mostra a importância de pensar por
si mesmo e transmite uma lição ou duas de filosofia esotérica avançada. Ele
estabelece um exemplo a ser seguido em nosso século, tanto nas associações
filosóficas e teosóficas como em todos os aspectos da vida.
NOTAS:
[1] Disponível em DVD. Duração de 125 minutos. Estrelando Gary Oldman como Winston Churchill. Diretor: Joe Wright.
[2]
“Cartas dos Mahatmas”, vol. I, Carta 74, Ed. Teosófica, Brasília, 2001, 374
pp., p. 346.
[3]
“Cartas dos Mahatmas”, vol. I, Carta 29, Ed. Teosófica, Brasília, pp. 159-160.
[4] “Cartas
dos Mestres de Sabedoria”, Segunda Série, Carta 10, Ed. Teosófica, Brasília,
2010, 295 pp., p. 181.
[5] “Cartas
dos Mestres de Sabedoria”, Primeira Série, Carta 7, p. 36.
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O
texto acima é uma tradução do artigo “Churchill Challenges Public Opinion”.
Clique
para ver o trailer do filme “O Destino de Uma Nação” (“A Hora Mais Negra”).
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Examine
“A Teosofia e a Segunda Guerra Mundial”, “Nazismo, Democracia e Teosofia”, “O Centro do Círculo de Pascal” e “Rompendo a Manipulação Mental”.
Leia “O Poder de Sugestão”, “Despertando das Guerras do Ópio”, “Marxismo Não Promove o Crime” e “A Bancarrota do Partido dos Trabalhadores”.
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