Notas Sobre Uma Palestra Feita no Ano 2000
Brasigóis Felício
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Nota
Editorial:
O texto a seguir refere-se a uma
palestra realizada em torno do ano
2000. Foi publicado originalmente
em
23 de outubro de 2018, no jornal
“Diário
da Manhã”, de Goiânia.
Título original: “A Voz do Silêncio”.
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“As
opiniões são como vidraças. Olhamos através delas mas elas nos separam da
realidade”. (Gibran Kalil Gibran). A vontade espiritual vence sem derrotar
ninguém. Com esta frase é possível sintetizar o conteúdo da palestra proferida
em Goiânia, a convite da Sociedade Teosófica, pelo jornalista e escritor Carlos
Cardoso Aveline.
O
tema de sua brilhante palestra foi sobre o Antahkarana - a ponte entre a mente
concreta e a mente abstrata, representando a união entre o ponto mais baixo da
mente abstrata e o ponto mais alto da mente concreta, capaz de promover a
conexão com nosso Eu Superior. Para Aveline, “Se não tivermos um bom contato
com nosso eu imortal teremos problemas em nossas relações com os mestres de
sabedoria. Há um centro de paz no coração do Ser.”
O
palestrante citou, a propósito do senso de bondade para com os outros e
compaixão pela terra, uma frase de Henry David Thoreau: “De nada adianta ter
uma bela casa se eu não tiver um planeta saudável e decente, onde possa
colocá-la.” Isto é consciência planetária.
Estar
bloqueado, nesta busca de conexão com nosso Eu Superior, é ser rigoroso com os
outros e indulgente consigo: “A mais dura tarefa é ser rigoroso consigo e
generoso com os outros. Esta ponte para o Eu imortal da criatura humana deixa
de alcançar seu propósito de elevação da consciência quando a pessoa fica
triste com a vitória dos outros, ou se alegra com a derrota de outrem.”
“As
leis que regem a distribuição da energia divina não beneficiam as pessoas que
só pensam em ajudar a si mesmas. Todos nos imaginamos gênios, só faltando que o
resto da humanidade seja avisado de nossa genialidade.”
A
conexão com nosso Eu Superior vai bem quando há alegria sem que alguém esteja
alegre, e quando há tristeza sem que alguém esteja triste, assinala o teósofo e
escritor Carlos Aveline. É quando sentimos amor sem que exista alguém a quem
possamos dirigir o nosso amor:
“Ninguém
pode dizer que tem a escritura do ar da chácara que comprou, menos ainda que
pode possuir a energia da Vida - tal substância inominável transcende toda
palavra ou pensamento que tenham origem no intelecto humano.”
“Tudo
o que vale a pena ser buscado não é passível de ser propriedade particular de
ninguém. A quem pertence a lua? A quem pertence a atmosfera ou o espaço
sideral, em que viajam os planetas e as estrelas? Como se pode vender o ar das
montanhas e o fluir dos rios e lagos?”
Por
toda parte percebe-se a obsessão das pessoas em fugir do silêncio. Em clubes
campestres, lugares bucólicos onde a canção dos pássaros seria capaz de lembrar
a paz interior, de que tanto precisamos, só se ouve o ruído incessante de
ruídos enervantes, a que chamam de música. Por que as pessoas têm tamanha
dificuldade em conviver com a solidão e ouvir a voz do silêncio?
Para
Aveline, “A pessoa que tem dificuldade em ficar em silêncio e solidão é porque
pensa que existe o silêncio e a solidão - isto vem da heresia da crença no eu,
e da sensação de separatividade. Não há nada separado no universo, embora haja
coisas distintas.”
“A
diversidade não nega a unidade. Para se ver se a pessoa está bloqueada em seu
Antahkarana basta ver como ela se alimenta - e não está nada bem quando come a
sobremesa com gula e avidez.” Como cada um deveria ou quanto poderia ser melhor
do que é, se compreendesse que cada aspecto da vida em nosso cotidiano retrata
o nível ótimo, satisfatório ou sofrível de nossa caminhada em busca da conexão
com nosso Eu Superior.
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Brasigóis
Felício é jornalista e escritor. Ocupa a Cadeira 25 da Academia Goiana de
Letras e integra os quadros de outras entidades culturais.
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O
artigo acima foi publicado em nossos websites associados dia 18 de novembro de
2018.
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Clique para ler o texto sobre antahkarana
intitulado “A Ponte Entre Céu e Terra”. Examine também “Os Sete Princípios da Consciência”.
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