O Estudo da Lei do Carma
na Linguagem Cristã
Carlos Cardoso Aveline
Prático”, edição de 1730, e o seu autor Manuel Bernardes
Os místicos verdadeiros da tradição católica ensinam a Lei
do Carma usando a linguagem bíblica.
Em seu livro “Estímulo Prático Para Seguir o Bem”, Manuel Bernardes diz que
“a paciência de Deus para com os pecadores” tem um certo limite. Quando o abuso
chega a um determinado ponto, acrescenta Manuel, “Deus encerra as contas e
procede ao castigo”.
O sábio padre português do século 17 cita um exemplo concreto. Um ladrão
astucioso, dono de uma longa experiência acumulada, no seu momento mais
confiante já havia furtado alguma coisa de quase todos os homens ricos da sua
província. Orgulhoso, ele tinha os nomes das suas vítimas listados em um
livro-caixa. Ao lado de cada nome anotava o que a futura vítima lhe “devia”,
isto é, o que esperava roubar da pessoa.
O repetido êxito do ladrão planejador acostumou-o mal. Finalmente, levado
pela cobiça, foi preso por um pequeno furto e julgado por todos os seus crimes. Dias depois, foi morto em praça pública.[1]
O ladrão havia passado da sua medida, explica M. Bernardes.
“Bastou mais um pecado para que a ira de Deus se desatasse contra ele.” E
Bernardes cita um poeta:
“Número determinado
tem o pecado; e não sabes
se para ser condenado
somente falta que acabes
de cometer um pecado.”
A “ira de Deus” é o nome simbólico cristão para a colheita cármica das
ações erradas, chamadas de “pecado”. A “graça de Deus” é a colheita do carma
das ações corretas e altruístas.
A “paciência de Deus” é o tempo necessário para a maturação do carma.
Ninguém sabe quanto tempo demora para que o bom ou mau carma amadureça. O
indivíduo sensato procura discernir o certo e o errado, trata de reduzir seus
erros e de aumentar seus acertos. A ciência da ética ou ação correta é também a
arte de plantar bom carma.
NOTA:
[1] Do livro “Estímulo Prático Para Seguir o Bem, e Fugir ao
Mal”, de Manuel Bernardes, cujo subtítulo é “Exemplos Seletos das Virtudes e
Vícios, Ilustrados com Reflexões e Dedicados à Soberana Rainha dos Anjos, Maria,
Santíssima Senhora Nossa”, e que foi publicado em Lisboa em 1730 na Oficina de
Antonio Pedrozo Galram, com 479 páginas. Ver p. 7. O notável místico Manuel
Bernardes nasceu em 20 de agosto de 1644 e viveu até 1710.
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O texto “Manuel Bernardes Ensina Teosofia” foi publicado como item independente nos websites associados no primeiro de janeiro de 2022. Uma versão inicial do artigo, anônima, faz parte da edição de junho de 2021 de “O Teosofista”, páginas 3-4. Título original: “A Lei do Carma na Mística Ocidental”.
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O texto “Manuel Bernardes Ensina Teosofia” foi publicado como item independente nos websites associados no primeiro de janeiro de 2022. Uma versão inicial do artigo, anônima, faz parte da edição de junho de 2021 de “O Teosofista”, páginas 3-4. Título original: “A Lei do Carma na Mística Ocidental”.
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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