2 de julho de 2016

Síntese

Uma Investigação Sobre a Passagem do Tempo

Augusto de Lima

Augusto de Lima


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Nota Editorial:

A brevidade da vida física, tema deste poema,
é compensada pela lei da reencarnação, que é a Lei da
Oportunidade Renovada. Augusto de Lima (1859-1934)
aborda a reencarnação no seu poema “Nostalgia Panteísta”.

(CCA)

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Que importa à natureza o velho tema
do ser e do não ser – o berço e a tumba,
se alguém folgue no prazer, se à dor sucumba,
se ria ou chore, se suspire ou gema?

Seio de mãe e entranha de Saturno,
ela alimenta com intenso afeto
tudo que produziu, e por seu turno
devora avidamente o próprio feto.

O trágico problema em vão se agita,
à velha geração sucede a nova,
e a cada novo ser, que à luz palpita,
tece-se um berço, rasga-se uma cova.

E o homem, de um só dia peregrino,
de manhã deixa o berço, mal desperta,
e ao voltar pela noite - atroz destino!
acha o berço ocupado, a cova aberta.


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O poema acima foi reproduzido do volume “Poesias”, Augusto de Lima, Editora H. Garnier, Rio de Janeiro / Paris, 1909, 300 pp., ver p. 107. A ortografia foi atualizada.

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Para conhecer um diálogo documentado com a sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos Cardoso Aveline.


Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.  

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