5 de dezembro de 2017

A Definição de uma Meta

Os Objetivos Pessoais Definem o
Modo Como a Alma Se Organiza

Carlos Cardoso Aveline






Os hábitos diários e ações repetitivas são um aspecto decisivo do carma humano e merecem um exame constante.

É falso pensar, como fazem os desatentos, que um indivíduo atarefado não pode mudar sua agenda. Pintar a si mesmo como “escravo da situação” é uma forma infantil de negação da responsabilidade.

Os acomodados se colocam como espectadores da sua própria vida. Esperam que o mundo inteiro obedeça aos seus desejos. Trilham o caminho da derrota.

A verdade é que o fluxo da vida é plástico e se altera o tempo todo.

Quando o cidadão eleva e purifica o ponto de vista desde o qual observa o conjunto de tarefas que dependem dele,  começa a perceber o potencial de mudanças para melhor que estava oculto diante do seu olhar. 

A Raja Ioga ensina que a mente se adapta àquilo que está diante dela e àquilo em que pensa.

Suponhamos que um estudante de filosofia estabelece diante de si a visão estável de uma meta exigente, e ignora deliberadamente a impressão superficial - aparentemente “realista” - de que ela é impossível. Neste caso, o subconsciente e o supraconsciente do estudante terão tempo de avaliar o objetivo de uma maneira lentamente abrangente e transformadora, que é como trabalham estes níveis de consciência não-verbal.

Em seguida o caminho para o cumprimento efetivo da tarefa tem chances de tornar-se claro diante do peregrino. Se a meta pensada for de fato inviável, isso será visto; mas ainda assim o seu potencial de ação já estará definitivamente maior e mais forte.

A alma de cada um se organiza conforme suas metas.

Se o objetivo for recitar coisas bonitas sobre sabedoria universal, o aspecto decorativo da alma se expandirá.

Se a meta for vivenciar a sabedoria, o crescimento da alma será efetivo e talvez invisível, certamente mais difícil de perceber, e o aspecto probatório da caminhada deixará de ficar restrito ao plano verbal.

Nosso subconsciente e nosso consciente são grandes amigos e auxiliares de um poder quase incalculável. Mas cabe colocar diante deles metas elevadas, nobres, estáveis, eticamente corretas, e aplicar a elas uma vontade calma e firme.

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O artigo acima está disponível nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde dezembro de 2017. Uma versão inicial dele foi publicada na edição de dezembro de 2016 de “O Teosofista”, pp. 7-8.

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Leia mais:






* Regra da Vida Honesta (tratado estoico clássico de Martinho Bracarense).

* João de Deus, Louco, Santo, e Sábio (Como a Ruptura da Rotina Psicológica Pode Abrir as Portas Para a Vida Mística).

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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 

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