A Fraternidade Sincera é Melhor
Que Exercícios de Relações Públicas
The Theosophical Movement
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Nota Editorial:
O texto a seguir foi publicado
pela primeira
vez em março de 2003 pela revista
“The
Theosophical Movement”, da Índia,
sob o
título “Can Theosophists Reunite?”. Sua
tradução ao português foi
publicada inicialmente
na edição de dezembro de 2007 de “O Teosofista”.
(CCA)
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Há tentativas sendo feitas hoje para que ocorra uma
reunificação dos “teosofistas”. Isso levanta algumas questões fundamentais: “O
que produz a unidade? Quem são os teosofistas? O que os separou?”
A verdadeira unidade é impossível se a sua base for
buscada neste mundo limitado pelas formas. É no mundo das ideias e dos ideais,
da mente e do coração, que a unidade deve ser buscada. Portanto, busquemos a
unidade de Ideal e a unidade de Ensinamento.
Os Ideais têm a ver com a vida moral, com nossas mentes
(pensamento, memória e antecipação), e com as emoções (afetos e rejeições, sensibilidades
e sentimentos). Ninguém, exceto o próprio indivíduo, sabe quais são estes
fatores. Mas há algumas grandes ideias que refletem verdades universais e que
necessitam ser transformadas em realidades vivas:
1. A unidade da nossa Origem
Espiritual, que surge do conceito de um Deus Impessoal [1] deveria produzir tolerância e
Fraternidade.
2. Um Corpo de Sabedoria (ou
Conhecimento) implica uma fonte comum de Verdade, a partir da qual todos podem
receber ajuda e orientação.
3. A Existência de
uma Lei do Universo - que “não conhece ódio ou
perdão, é totalmente verdadeira, as suas medidas medem, a sua balança impecavelmente
pesa, diante dela o Tempo é como um nada, e ela pode julgar amanhã mesmo, ou
depois de muitos dias” [2] -; é um
fator que deveria levar ao desapego, à generosidade, à harmonia e à concórdia.
A ideia de que o universo evolui como um todo, e de que o
progresso de cada um depende do progresso geral de todos, produz não-violência,
contentamento com a nossa situação objetiva, e uma inclinação a deixar que os
outros tenham o seu lugar correto no esquema geral das coisas. Isto leva à
percepção de que o aperfeiçoamento do ser humano é uma possibilidade para cada
um de nós, de que este aperfeiçoamento se tornou um fato para aqueles que
trabalharam com esta meta no passado. A Loja dos Mestres pode ser encarada como
um fato objetivo.
Quem é um teosofista? Uma pessoa que aprecia os três objetivos
[3] do Movimento Teosófico tal como foram
formulados em 1875 não pode, na realidade, devotar-se a um deles e dar escassa
atenção aos outros dois. Se fizer isso, ele penderá demasiado para um lado,
assimetricamente. O termo “teosofista”, na verdade, pode ser aplicado não só a
um membro ou associado de um grupo ou outro, mas a todos os praticantes da vida
Teosófica, ou da Ética divina, e da Filosofia única universal, a Religião de
Sabedoria. O verdadeiro estudante de Teosofia se torna, ou é, um ocultista.
O que causou a separação entre organizações de
teosofistas? Há muitas razões para este fato, e uma recapitulação ou análise
delas deve ter um só propósito - evitar a repetição dos erros. Se a unidade no
plano físico é desejada, então ela deve ser antecedida pela unidade nos planos
internos, da mente e do coração, e por uma redefinição dos nossos próprios
objetivos e metas, que devem estar alinhados com o Impulso original.
Onde se pode encontrar as Linhas estabelecidas pelos
grandes fundadores do Movimento Teosófico? Nos escritos e ensinamentos de H. P.
Blavatsky, a Mensageira dos Mestres para a era atual. Isso é claro. Será que
aqueles chamados “teosofistas” que aceitaram outros indivíduos como seus
professores e que ignoram, ou subestimam, H.P. Blavatsky e seus ensinamentos conhecem realmente Teosofia? Quantos
deles aceitam o que é falso como verdadeiro, sem verificar as coisas por si
mesmos! Isso leva a atitudes parciais e a falsas pretensões, e provoca desunião.
A Unidade tem que ser buscada em questões de princípio; a
partir disso, os detalhes externos cuidarão de si mesmos. Se cada um prestar
atenção em seu próprio trabalho, suas próprias virtudes, e tentar seriamente
reduzir seus verdadeiros erros, a unidade surgirá automaticamente.
Não necessitamos de um número enorme de indivíduos que
chamam a si mesmos de “teosofistas” e fingem no plano externo que estão
“unidos”. Necessitamos de uma harmonia interna e uma unidade de propósito, de
meta e de ensinamento. E isso se alcança através do estudo individual, do
discernimento, e do sacrifício.
NOTAS:
[1] “Deus”. A Carta 88 de “Cartas dos Mahatmas” (Ed. Teosófica, dois
volumes) afirma que não há nada parecido com “Deus” em nosso universo ou mesmo
fora dele, e que o uso desta palavra gera grande confusão. O termo é aceito em
teosofia somente como significando a Lei Universal, ou a Natureza Universal. (CCA)
[2] Esta é uma citação do livro oito da obra “A Luz da Ásia”, de Edwin Arnold,
Theosophy Company, Los Angeles, 1977, ver pp. 218-219. A passagem também é
citada por Robert Crosbie no livro “The Friendly Philosopher”. (CCA)
[3] Os três objetivos do movimento teosófico moderno são: 1) Formar o núcleo
de uma Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo,
sexo, casta ou cor; 2) O estudo de religiões, filosofias e ciências antigas e
modernas, e a demonstração da importância de tal estudo; e 3) A pesquisa sobre
as leis inexplicadas da Natureza e os poderes psíquicos latentes no homem. (CCA)
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Em setembro de 2016, depois de
cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de
estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como
uma das suas prioridades a construção
de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.
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