Um Conhecimento Adequado da Lei do
Carma Levará a Humanidade à Felicidade Suprema
Carlos Cardoso Aveline
O equilíbrio que surge do conhecimento
filosófico produz uma satisfação duradoura. Para obter esta conquista, devemos
adotar uma visão de longo prazo em relação à vida, esforçar-nos para viver
corretamente, e aprender com os nossos erros.
A Lei do Carma constitui
a chave e o código que levam desde o sofrimento até a felicidade. O
conhecimento da lei do universo liberta o buscador da verdade.
O pensador Robert
Crosbie escreveu:
“Na realidade, a Teosofia não exagera de modo
algum a importância do ‘lado árido’ da vida. Ela explica com lógica e bom senso
as coisas que ocorrem; e uma vez que o ser humano entende em função de que meta
a vida existe e qual é o seu verdadeiro significado, e percebe as suas grandes
possibilidades, ele não pode mais concentrar-se no ‘lado árido’, mas sente uma imensa confiança,
uma grande esperança e alegria - e tem uma base verdadeira para este
sentimento.”
Crosbie acrescentou:
“O fato de que a Lei do Carma governa todas as
coisas e cada circunstância é uma evidência de que a mais exata Justiça é a lei
da vida. Quando o ser humano vê que não há um ‘Deus’ que o condenará ou punirá,
e percebe que só receberá o que é justo e que seguramente receberá tudo o que
pertence a ele porque o Universo é regido pela Lei, então ele não tem mais
motivo para sentir-se ‘sem alegria’; mas se sente satisfeito, responsável e
confiante.”[1]
O Dhammapada Ensina a
Ser Feliz
O
pessimismo constitui uma característica dos ingênuos. Trata-se de um sentimento
infantil. Está ligado à falta de uma autoconfiança profunda, e pode ser curado
através da busca da sabedoria. Mohini M. Chatterjee escreveu sobre o fato
de que a Teosofia é um caminho para a felicidade.[2] O “Dhammapada”
budista examina cuidadosamente o processo pelo qual o desapego leva à
bem-aventurança. Em um estilo que inclui um grau de repetição mantrâmica, esta obra clássica afirma:
“Devemos viver, pois,
livres do ódio e felizes entre os que odeiam. Entre os homens que odeiam, que
nós vivamos livres do ódio. Devemos viver, pois, livres da doença da cobiça e felizes entre os
que sofrem desta doença. Entre os homens que têm a doença da cobiça, que
vivamos livres desta doença. Devemos viver, pois, livres da ansiedade e felizes
entre os que estão consumidos pela preocupação. Entre os ansiosos, que nós
vivamos livres da ansiedade. Devemos viver com felicidade, pois, nós que nada
possuímos. Vivamos como os Seres Iluminados, alimentados pelo contentamento.” [3]
É um fato que a primeira nobre verdade do budismo é Dukkha, uma
palavra frequentemente traduzida como Sofrimento. No entanto, as outras
três nobres verdades do budismo ensinam sobre o caminho que vai do Sofrimento para
o Nirvana, ou Felicidade.
Um pensamento lúcido e uma visão equilibrada da vida nos permitem compreender
pouco a pouco o fato de que Sabedoria é Felicidade; e perceber, também, que
toda satisfação verdadeira e durável deve emergir como resultado natural de uma
vida correta.
Três Verdades Sobre o
Futuro Humano
Os sábios ensinam que a humanidade está no rumo correto. O futuro não
corre perigo. As crises e os renascimentos
fazem parte da aprendizagem. O inverno e a primavera são necessários à
natureza. Nada há de separado ou isolado no universo, e a ajuda mútua é a lei. No final do século 19, Mabel Collins publicou alguns
princípios fundamentais da filosofia esotérica em relação à evolução dos seres
humanos.
Ela escreveu:
“Há
três verdades que são absolutas e não podem ser perdidas, mas podem permanecer
em silêncio por falta de quem as expresse. A alma do homem é imortal, e o seu
futuro é o futuro de algo cujo crescimento e esplendor não têm limites. O
princípio que dá vida habita em nós e fora de nós. Ele é imortal e eternamente
benéfico; não é ouvido, nem visto, nem sentido pelo olfato, mas é percebido
pelo homem que deseja a percepção. Cada homem é o seu próprio absoluto
legislador, produzindo para si glória ou trevas; é o decretador da sua vida, da
sua recompensa, da sua punição. Estas verdades, que são grandes como a própria
vida, são tão simples como a mais simples das mentes humanas. Alimenta com elas
os famintos.” [4]
A competição egoísta é a marca dos desinformados. Na verdade, a felicidade
surge da combinação de fatores como boa vontade e discernimento, cooperação e
responsabilidade própria, autonomia e confiança mútua.
A chave para o futuro está no fato de que um conhecimento adequado da
Lei do Carma leva a humanidade à felicidade suprema.
A vida é sempre simétrica. Ao ajudar, recebemos ajuda. Ao observar e compreender
a dor, nos libertamos dela. Quando abrimos o nosso próprio caminho para a
satisfação duradoura do auxílio mútuo, tornamos mais fácil a caminhada de todos
os seres. Um Mestre escreveu:
“... Olhe para o futuro; cuide
para que o contínuo cumprimento do dever, sob a orientação de uma Intuição bem
desenvolvida, possa manter sempre o equilíbrio. Ah! Se seus olhos estivessem
abertos, vocês poderiam ter tamanha visão das bênçãos potenciais para vocês mesmos e para a humanidade, que
repousam no germe do esforço de agora, que teriam suas almas incendiadas pela
alegria e pelo entusiasmo!” [5]
NOTAS:
[1] “The Friendly Philosopher”, Robert Crosbie,
Theosophy Co., Los Angeles, 1945, 415 pp., ver p. 197.
[2] “Theosophy as the Path to Happiness”, artigo de Mohini M. Chatterjee. O texto pode ser encontrado em
nossos websites associados.
[3] “O Dhammapada”, capítulo quinze. A obra está
publicada em nossos websites.
[4] “Luz no Caminho”, de M. C., tradução,
prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, 85 páginas. A obra foi publicada em
2014 por The Aquarian Theosophist. Ver nota de pé de página à p. 29.
[5] “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, editadas por C.
Jinarajadasa, Editora Teosófica, Brasília, 1996, Carta 20 da primeira série, p.
66.
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O texto acima foi
publicado pela primeira vez em inglês em janeiro de 2012. Título original: “The Essence of
Human Future”. Ele também é um dos capítulos do livro “The Fire and Light of Theosophical Literature”, de Aveline. A
presente tradução - feita pelo próprio autor e portanto não literal - foi
liberada para publicação em fevereiro de 2012.
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Veja também o texto “O Otimismo e a Filosofia Esotérica”, de
Carlos Cardoso Aveline, que está disponível em nossos websites associados.
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Para conhecer a teosofia original desde o
ângulo da vivência direta, leia o livro “Três
Caminhos Para a Paz Interior”, de Carlos Cardoso Aveline.
Com 19 capítulos e 191 páginas, a obra foi
publicada em 2002 pela Editora Teosófica de Brasília.
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