A Antiga Ciência de uma Vida Contemplativa
Eugène Veuillot

O livro «Les Vies des Pères des Déserts
D’Orient» na biblioteca da LIT, e
uma pedra de ágata verde da Loja Independente, sendo usada como peso

uma pedra de ágata verde da Loja Independente, sendo usada como peso
A vida monástica teve seus precursores na antiga aliança; mas foi a nova aliança que a aperfeiçoou. “Já na religião mosaica”, diz Cantu, apoiando-se em Fílon, “havíamos visto pessoas piedosas que, para se dedicarem mais exclusivamente à vida contemplativa, abandonavam os seus bens, a sua pátria, e retiravam-se para lugares desertos”.
“Esses solitários pertenciam aos essênios e em grego eram chamados de terapeutas; eles viviam principalmente ao redor do Lago Mœris, no Egito, em moradias separadas, mas não tão distantes que não fosse possível a ajuda mútua contra os bandidos. Eles viviam em abstinência, não ingeriam nada até depois do pôr-do-sol; e alguns se alimentavam a cada três ou seis dias, comendo apenas pão, e acrescentando no máximo ervas aromáticas e sal [1]. As suas roupas estavam em harmonia com este regime austero. Rezavam de manhã e à noite, e passavam o resto do tempo lendo, meditando nos livros sagrados, procurando alegorias, compondo hinos e cantando-os.” [2] Eles faziam exercícios em comum e se reuniam a cada sete semanas para comer e orar juntos. As mulheres eram admitidas nessas reuniões.
Os ascetas solitários da nova aliança, que abraçaram este estado desde o início, tinham em vista, segundo diz o Padre Marin, colocar em prática os conselhos do Evangelho e executar literalmente estas palavras de Jesus Cristo: “Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem, e segue-me.” (Lucas, 18:22.) E estas outras: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes mais, e herdará a vida eterna.” (Mateus, 19:29.)
NOTAS:
[1] Cabe observar: o clima do Egito permitia formas de abstinência que seriam impossíveis em países frios. (Eugène Veuillot)
[2] César Cantu, Histoire universelle, t.v, p. 547. (Eugène Veuillot)
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O curto artigo “Dos Essênios aos Padres do Deserto” está disponível nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde 31 de outubro de 2025. Foi traduzido da Introdução de Eugène Veuillot ao livro «Les Vies des Pères des Déserts D’Orient», Nouvelle Édition, R.P. Michel-Ange Marin, Tome Premier, Louis Vivès Libraire-Éditeur, Paris, 1886, 478 pp. Veja as páginas XIII e XIV. Tradução: CCA. Uma versão anterior e mais breve deste texto faz parte da edição de abril de 2024 de “O Teosofista”, pp. 05-06, sob o título de “Antes dos Padres do Deserto”.
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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