Identificando e Vencendo o Egoísmo Sutil
Robert Crosbie
A imagem de uma
ampulheta sugere o fato de que
cada minuto e cada
segundo são importantes na vida
“A coisa mais
importante em relação
à qual os
estudantes devem ter cuidado é a
autoilusão. Neste
sentido, a versatilidade de
Manas inferior
[a mente pessoal] é indescritível.
Portanto, nós temos
que observar para ver
se as nossas
intenções ostensivas não são como
mantos que encobrem
outras intenções, subjacentes.”
[ Robert Crosbie em “The
Friendly Philosopher, p. 124]
A vida do Discípulo deve ser uma
vida de constante atenção, não apenas em relação aos outros, mas, sobretudo, em
relação a si mesmo.
A nossa
tendência é, frequentemente, de separar a nossa vida teosófica da nossa vida
pessoal. Mas não podemos restringir os esforços que fazemos sobre nós mesmos,
de modo que incluam somente os nossos relacionamentos ligados diretamente com o
trabalho teosófico. É mais provável que sejamos negligentes na nossa vida familiar,
e nos nossos diálogos em situações comuns da vida diária, do que nas situações
públicas em que exercemos o papel de estudante.
Nossa
personalidade tem considerado a vida familiar e as suas ligações como o
território supremo e prioritário, e é mais provável que ela expresse mais
profundamente a sua disposição na vida familiar do que em outros âmbitos. E
este jogo pode ser mantido, mesmo sem o que nós chamaríamos de autoafirmação
exagerada, através de métodos pequenos e aparentemente inofensivos pelos quais
a personalidade se mantém em evidência - tal como a de dizer em casa o que
faremos em questões que não são necessárias abordar.
Quando
pensamos sobre isso - e é necessário pensar sobre estas coisas - vemos que tais
ações são apenas os esforços pelos quais a nossa natureza pessoal tenta
manter-se em evidência, e faz o possível para chamar atenção para si mesma de
qualquer maneira - pela fala, pela ação, pelas tentativas de despertar
simpatia, pela ação para dirigir os outros, pelo discurso protetor, e através
de mil e uma maneiras que a personalidade tem de manter-se viva; porque, quando
ela é suprimida em alguma direção, ela ardilosamente emerge de alguma outra
forma. A personalidade fará isso enquanto nós deixarmos qualquer brecha da qual
ela possa tirar proveito.
O que
foi afirmado acima pode parecer muito difícil e restritivo, mas na realidade
não é assim. O próprio sentimento de “restrição” vem da personalidade, e não do
eu superior. Alguns Discípulos que estavam fazendo esforços, e esforços muito
intensos, chamaram perceptivelmente atenção para o fato de que eles haviam
superado isto e superado aquilo -; esta é a mesma velha personalidade, com
outra roupagem. Desta maneira, é sempre melhor não falar do seu próprio eu,
“seja em relação ao que ele comerá ou beberá, ou como estará vestido”.
Aqui
estão alguns bons axiomas para colocar em prática:
* “Nunca
peça a outro que faça por você aquilo que você pode fazer por si mesmo”.
* “Saiba
onde estão suas coisas e pegue-as você mesmo, quando as necessitar”.
* “Faça
pelos outros tudo o que puder, de um modo agradável; mas não espere que os
outros façam algo por você.”
* “Você
é valioso apenas quando é útil; não quando pede ajuda.”
Estes
pontos serão reconhecidos como úteis, se forem colocados em prática.
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O texto acima foi traduzido da obra “The
Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, The Theosophy Company, Los Angeles,
1945, 416 pp., ver pp. 120-121.
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