A Teosofia é Ética,
é Altruísmo, é uma Vida Correta
Silvia Caetano de Almeida
Silvia Caetano de Almeida
Visão parcial de uma estátua de Helena
Blavatsky, feita pelo escultor Alexey Leonov
Creio que todo aspirante a teosofista
tem uma história a contar a respeito de sua caminhada. Peço então licença para
falar da minha própria experiência. Nasci e fui educada na linha da igreja
católica. Mais tarde, ainda na juventude, conheci o espiritismo e dele me
aproximei com bastante curiosidade. Tornei-me espírita. Entretanto, não
conseguia me ligar a nenhum trabalho nesta área. Eu apenas lia.
Li também, ainda na juventude, algumas obras da Sociedade
Teosófica de Adyar. Mas não me prenderam muito a atenção, e não procurei
outras. Logo depois casei e vieram as responsabilidades de esposa e mãe, e meu
tempo reduziu bastante. Continuava lendo, mas, mesmo ainda lendo obras
espíritas, o meu autor preferido era Huberto Rohden.
Já na idade madura, quando o espiritismo parecia
não mais me satisfazer, li alguns livros de Ramatís. Fiquei encantada com o seu
espiritualismo universalista. Na sequência, tive contato com o “esoterismo”. Conheci
vários sites, alguns um pouco fantasiosos em minha opinião. Mais tarde vim a
saber que se tratava, na verdade, do pseudoesoterismo.
Eu tinha sede de conhecimento. Continuando na minha
busca, descobri um Centro de Irradiação Mental (ligado ao Círculo Esotérico da
Comunhão do Pensamento, CECP), em minha cidade. Eu me filiei e frequentei
regularmente durante um ano e meio. Nesse período, li um pouco sobre a rosa-cruz,
a cabala e alguns livros de Eliphas Levi, emprestados da biblioteca do CECP.
Mas logo percebi que estivera um pouco equivocada.
Eu ainda não havia encontrado o que procurava. Entretanto, foi lá, no CECP, que
encontrei o fio da meada que me conduziu à Teosofia: encontrei na biblioteca um
livro de H. P. Blavatsky. Em seguida, comprei dois livros de H. P. B.: “Ocultismo
Prático” e “A Sabedoria Eterna”, da Editora Pensamento.
Então pude perceber que o manancial de luz presente nos ensinamentos de H. P.
B. era capaz de aplacar a minha sede.
Eu havia visto em um livro espírita, 25 anos atrás,
referências a uma “doutrina secreta” seguida “por poucos” e reservada aos
“iniciados”, o que muito chamou a minha atenção. Mas não sabia na época onde
buscar mais informações.
Como já dispunha de novos recursos, comecei a vasculhar
a internet à procura de outros livros de H. P. B. Consegui comprar o volume I
de “A Doutrina Secreta”. Agora toda a minha busca girava em torno de Helena P.
Blavatsky, tão grande foi a afinidade desde o começo.
Como deplorei não ter vivido no século XIX e nem
tê-la conhecido! Senti, naquela ocasião, como se tivesse encontrado alguma
coisa perdida há muito tempo e que me era muito preciosa. Vi referências a um
livro chamado “Luz no Caminho”, de Mabel Collins. E foi procurando este
clássico da literatura teosófica, que eu não encontrara nas livrarias, que
descobri o artigo A Luz no Caminho [1] e o website www.FilosofiaEsoterica.com. Desde então tornou-se o único site em que eu pesquisei, até ingressar
no e-grupo SerAtento, meses depois,
em março de 2010.
Durante algum tempo fui uma leitora um tanto
silenciosa no SerAtento. Lia as mensagens
antigas do e-grupo, lia o máximo que podia do referido site e também livros de
que eu já tinha indicação e sabia onde encontrar. A Teosofia original de H. P.
B. já fazia parte da minha vida de uma forma intensa. Estava começando a
estudar Teosofia com pessoas da minha família. Tentava repassar o que aprendia,
usando textos de www.FilosofiaEsoterica.com, e também enviava pequenas mensagens por e-mail a muitas pessoas,
falando dos ensinamentos da Teosofia.
Sentia-me, entretanto, ainda muito limitada para
participar, ao lado de outros Atentos, de um trabalho que considerava grandioso! Até
que a atmosfera que fui criando em torno de mim, com as leituras, a própria
afinidade com a Teosofia, com HPB e os Mestres, fez despertar em mim a coragem de
falar no Atento do que eu estava sentindo no mais íntimo do meu verdadeiro Ser.
Então consegui escrever com o coração e sem medo
de errar.
Recebi na sequência um convite/sugestão de que
talvez já fosse o momento de pensar em me associar ao movimento teosófico,
tendo em vista a minha afinidade com a Teosofia. Foi o que fiz em seguida, passando
a fazer parte da Loja Unida de Teosofistas em dezembro de 2010.
Seis anos depois, em setembro de 2016,
a loja luso-brasileira da Loja Unida optou por um trabalho autônomo em vários
idiomas e participei com os outros associados ativos da fundação da Loja Independente de Teosofistas.
A vida é feita de desafios. A Teosofia provocou uma
verdadeira revolução em meus pensamentos e em minha vida. Hoje o meu ideal é
trabalhar pelo movimento teosófico e ajudar a demonstrar que a
Religião-Sabedoria é a coisa mais sagrada e mais pura e verdadeira de que
dispomos para buscar a autotransformação e a realização da real fraternidade em
nosso mundo. Que Teosofia é ética e altruísmo, é uma vida limpa, e uma vida
correta.
NOTA:
[1] O autor do artigo é Carlos Cardoso Aveline. O texto pode ser encontrado
em nossos websites associados.
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Uma versão inicial do texto acima foi publicado pela primeira vez na
edição de janeiro de 2012 de “O
Teosofista”.
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