A Percepção Da Beleza É
Uma Luz Interna Do Coração
Kahlil Gibran
Kahlil Gibran
Beleza é aquilo que
atrai a sua alma, e aquilo que gosta de doar, ao invés de receber.
Quando
você encontra a beleza, as mãos do seu ser interior se estendem para trazê-la
até o domínio do seu coração.
Ela
é um esplendor combinado com o sofrimento e a felicidade; é o Invisível que
você vê, é o Vago que você compreende, e o Mudo que você ouve -; é o princípio
supremo que começa em você e termina muito além da sua imaginação terrestre.
Você
está confuso diante das muitas religiões que a humanidade adota? Está perdido
no vale das crenças que contradizem umas às outras? Pensa que a liberdade da
heresia é menos opressiva que o jogo da submissão, e a liberdade da
discordância, mais segura que a fortaleza da concórdia?
Se
este for o caso, faça da Beleza a sua religião e adore-a como uma Divindade;
porque ela é a obra visível, manifestada e perfeita de Deus. [1]
Deixe
de lado aqueles que vivem falsamente a devoção religiosa, incluindo em suas
práticas a cobiça e a arrogância, mas creia na divindade da beleza, e isso
constituirá ao mesmo tempo o começo da sua adoração pela Vida e a fonte da sua
fome de Felicidade.
Pratique
penitências e austeridades como uma homenagem à Beleza e purifique-se de seus
erros, porque a Beleza coloca o seu coração mais perto do trono da mulher, que
é espelho dos seus afetos e uma fonte de lições sobre os caminhos da Natureza,
o lar da vida.
Só
os nossos espíritos podem entender a beleza ou viver e crescer com ela. A
beleza deixa perplexas as nossas mentes. Somos incapazes de descrevê-la em
palavras. Ela é uma sensação que nossos olhos não podem ver, derivada tanto do
ser que vê como do ser que é visto. A verdadeira beleza é um raio que emana do
nível supremo do espírito e ilumina o corpo, assim como a vida surge das
profundezas da terra e dá cores e perfume à flor.
A
Beleza é uma harmonia entre dor e contentamento, que começa no templo interno
do coração e termina além do alcance da capacidade de imaginar.
A beleza
não está no rosto;
A
beleza é uma luz no coração. [2]
A
aparência das coisas muda conforme as emoções, e por isso vemos magia e Beleza
nelas, quando na verdade a magia e a Beleza estão em nós próprios.
O
propósito do espírito no
Coração
está oculto, e não pode
Ser
julgado pela aparência externa.
NOTAS:
[1] Na página 97 do livro “A Third Treasury
of Kahlil Gibran”, o autor pergunta a si mesmo: “Será verdade que Deus criou o
Homem, ou foi o contrário?” De fato, a teosofia reconhece que os deuses
monoteístas das diferentes seitas e igrejas são desastrosas criações humanas. O
conceito é uma fonte ativa de intolerância, conflito e fanatismo. Por outro
lado, a palavra “Deus” também pode simbolizar o nosso próprio eu superior, ou a
Lei do Equilíbrio Universal, que age impessoalmente. (CCA)
[2] Os parágrafos
acima são traduzidos da obra “A Third Treasury of Kahlil Gibran”, editada por Andrew
Dib Sherfan, The Citadel Press, Secaucus, New Jersey, Estados Unidos, 1975, pp.
99-100. As linhas a seguir são traduzidas da página 97. (CCA)
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Veja também o artigo “A
Beleza da Verdade Abstrata”, de Carlos Cardoso Aveline. O texto pode ser
encontrado em nossos websites associados.
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Sobre o mistério do despertar individual
para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos
Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014
por “The Aquarian Theosophist”.
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