1 de setembro de 2015

A Religião da Beleza

A Percepção Da Beleza É
Uma Luz Interna Do Coração

Kahlil Gibran



Beleza é aquilo que atrai a sua alma, e aquilo que gosta de doar, ao invés de receber.

Quando você encontra a beleza, as mãos do seu ser interior se estendem para trazê-la até o domínio do seu coração.

Ela é um esplendor combinado com o sofrimento e a felicidade; é o Invisível que você vê, é o Vago que você compreende, e o Mudo que você ouve -; é o princípio supremo que começa em você e termina muito além da sua imaginação terrestre.

Você está confuso diante das muitas religiões que a humanidade adota? Está perdido no vale das crenças que contradizem umas às outras? Pensa que a liberdade da heresia é menos opressiva que o jogo da submissão, e a liberdade da discordância, mais segura que a fortaleza da concórdia?

Se este for o caso, faça da Beleza a sua religião e adore-a como uma Divindade; porque ela é a obra visível, manifestada e perfeita de Deus. [1]

Deixe de lado aqueles que vivem falsamente a devoção religiosa, incluindo em suas práticas a cobiça e a arrogância, mas creia na divindade da beleza, e isso constituirá ao mesmo tempo o começo da sua adoração pela Vida e a fonte da sua fome de Felicidade.

Pratique penitências e austeridades como uma homenagem à Beleza e purifique-se de seus erros, porque a Beleza coloca o seu coração mais perto do trono da mulher, que é espelho dos seus afetos e uma fonte de lições sobre os caminhos da Natureza, o lar da vida.

Só os nossos espíritos podem entender a beleza ou viver e crescer com ela. A beleza deixa perplexas as nossas mentes. Somos incapazes de descrevê-la em palavras. Ela é uma sensação que nossos olhos não podem ver, derivada tanto do ser que vê como do ser que é visto. A verdadeira beleza é um raio que emana do nível supremo do espírito e ilumina o corpo, assim como a vida surge das profundezas da terra e dá cores e perfume à flor.

A Beleza é uma harmonia entre dor e contentamento, que começa no templo interno do coração e termina além do alcance da capacidade de imaginar.

A beleza não está no rosto;
A beleza é uma luz no coração. [2]

A aparência das coisas muda conforme as emoções, e por isso vemos magia e Beleza nelas, quando na verdade a magia e a Beleza estão em nós próprios.

O propósito do espírito no  
Coração está oculto, e não pode
Ser julgado pela aparência externa.


NOTAS:

[1] Na página 97 do livro “A Third Treasury of Kahlil Gibran”, o autor pergunta a si mesmo: “Será verdade que Deus criou o Homem, ou foi o contrário?” De fato, a teosofia reconhece que os deuses monoteístas das diferentes seitas e igrejas são desastrosas criações humanas. O conceito é uma fonte ativa de intolerância, conflito e fanatismo. Por outro lado, a palavra “Deus” também pode simbolizar o nosso próprio eu superior, ou a Lei do Equilíbrio Universal, que age impessoalmente. (CCA)

[2] Os parágrafos acima são traduzidos da obra “A Third Treasury of Kahlil Gibran”, editada por Andrew Dib Sherfan, The Citadel Press, Secaucus, New Jersey, Estados Unidos, 1975, pp. 99-100. As linhas a seguir são traduzidas da página 97. (CCA)

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Veja também o artigo “A Beleza da Verdade Abstrata”, de Carlos Cardoso Aveline. O texto pode ser encontrado em nossos websites associados.

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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.


Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

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