22 de fevereiro de 2017

O Carnaval Segundo a Teosofia

Uma Oportunidade Valiosa
Para Tomar Distância das Ilusões

Carlos Cardoso Aveline

O Carnaval Segundo a Teosofia



A época do Carnaval é propícia para fazer um retiro e uma reflexão, trabalhando naquilo que é importante.  

A filosofia esotérica ensina que a vida é simétrica. Cada vez que o barulho é celebrado, surge a possibilidade de vivenciar o silêncio. Quando a felicidade dos muitos é buscada na agitação, aumenta o mérito daqueles que escolhem o contentamento da alma. Como todo extremo, o exagero da irresponsabilidade gera o seu oposto.

Um velho ditado afirma: “a inteligência de um povo se mede pela força do seu amor ao silêncio”. E, de fato, milhões de pessoas dos países lusófonos apreciam a paz que surge na ausência de ruído.

Uma cidade barulhenta não impede que o Carnaval seja uma época de reflexão filosófica. Os melhores retiros independem da localização geográfica: o olhar interno do ser humano desperto inclui o cosmo. A sabedoria está presente na alma humana todos os dias do ano, e o carnaval é uma ocasião para procurar a essência do ser e ouvir a música do silêncio. Constitui uma época adequada para encontrar o sossego interior que encerra o mistério do tempo eterno.

Cada Carnaval traz, portanto, uma oportunidade sagrada para os povos de língua portuguesa: a possibilidade de recolher-se para pensar no que é decisivo.

Milhões de brasileiros vivem filosoficamente estes dias. Procuram locais sossegados junto à natureza para orar, meditar, repousar e buscar inspiração interior. Em Portugal, os cidadãos aproveitam o período de Carnaval para viver momentos de tranquilidade, passear e descansar.

Neste período do ano o indivíduo pode afastar-se dos automatismos da vida e pensar sobre o que é bom, belo e verdadeiro. A prática da simplicidade e um certo grau de ascetismo são especialmente adequados, porque reduzem a força expansiva da ingenuidade dos povos.

Em todas as curvas do tempo, os astros no céu abençoam o silêncio da paz interior. Embora a verdade universal não pertença a ninguém, todos têm livre acesso a ela.

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Uma versão inicial do artigo acima foi publicada na edição de fevereiro de 2016 de “O Teosofista”, pp. 14-15, sem indicação do nome do autor.

Veja em nossos websites associados os artigos “Jesus Cristo e o Carnaval”, “Abandonando a Infantilidade Carnavalesca”, e “Algumas Ideias Sobre o Carnaval”. 

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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.

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