Um Alerta à Nação Brasileira, Feito em 1994
Michel Temer
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Nota
Editorial de 2018:
O fato de que o artigo a seguir tenha
sido
publicado pela primeira vez em 1994
mostra
como a evolução de um povo é um processo
lento,
com avanços e recuos. Consolida-se pouco
a pouco,
à medida que passam as gerações. Um país
não é
beneficiado pelo imediatismo ingênuo presente na
opinião pública de curto prazo. A
ansiedade provoca
ilusão e intolerância. Produzindo falsas
expectativas,
a pressa
abre caminho para a distorção da verdade e
atrapalha mais do que colabora para o
bem de um povo.
Cabe atuar com firmeza, avançando passo
a passo.
O artigo “O Povo Deve Fiscalizar os Políticos”
é reproduzido do livro “Democracia e Cidadania”,
de Michel Temer, Malheiros Editores
Ltda., São
Paulo, 2006, 288 páginas, ver pp. 75-76.
O texto foi
publicado em 5 de agosto de 1994 e faz
parte também
da edição de agosto de 2016 de “O Teosofista”.
(Carlos Cardoso Aveline)
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As
instituições políticas são frágeis? São. Os políticos, frequentemente, se
afastam de seus representados? Também é verdade. É possível melhorar a
situação? A resposta também é positiva.
O
sistema político brasileiro ainda é frágil porque a nossa cultura política está
atrelada a vícios do passado e contém elementos de alta negatividade, como o
fisiologismo, o compadrismo, o mandonismo e o corporativismo. Os ideais do
bem-estar coletivo, nesse contexto, se subordinam a visões individualistas e
egocêntricas. E, assim, muitos políticos passam a ver na política uma escada
para a expansão de seus negócios.
Se
isso é verdade, é verdade também que a qualidade política pode ser aperfeiçoada.
E a maneira é bem mais simples do que se supõe: por meio da maior fiscalização
dos atos, ações, posturas e compromissos dos representantes do povo e dos
Estados. Isso mesmo. O cidadão tem o dever insubstituível de controlar a missão
pública que confere, por seu voto, a um parlamentar. O dono do mandato é o
povo. Ao parlamentar é delegado o poder de representar o povo. Portanto, o povo
precisa controlar a representação que passa.
Essa
equação é absolutamente necessária para a melhoria da qualidade política. Se o
povo não controla o mandato, o representante tende a se afastar de suas
obrigações e a esquecer os seus compromissos. Forma-se uma cadeia de
inoperância e descontrole, com a visível perda de eficiência da representação
parlamentar. Aos cidadãos impõe-se, portanto, o acompanhamento regular dos atos
de seus representantes. Devem cobrar as propostas e examinar se o comportamento
do parlamentar, ao longo do mandato, confere com o perfil exibido durante o
período eleitoral.
O
parlamentar, por sua vez, sentir-se-á obrigado a prestar contas periódicas a
seu eleitorado. Buscará os meios mais adequados para tanto, fazendo chegar a
seus grupos de eleitores as ações no Congresso, usando os meios de comunicação,
próprios ou coletivos, promovendo reuniões em bairros, em cidades, com grupos e
lideranças. Ao correr de duas legislaturas, certamente será possível chegar-se
a um modelo de maior aproximação entre representante e representado, o que
redundará em benefícios para as comunidades.
A
democracia repousa sobre a vontade do povo. Seu aperfeiçoamento exige,
portanto, participação ativa na vida política. Cobrar do Deputado ou do Senador
os seus deveres, exigir que prestem contas de seus atos constituem providências
que não podem ser postergadas. Sob pena de continuarmos a conviver com os erros
e distorções que separam, cada vez mais, as instituições da sociedade. Chegou a
hora do cidadão participar, de modo mais ativo, da vida política nacional.
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Em 14 de setembro de 2016, depois
de uma análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de
estudantes decidiu criar a Loja
Independente de Teosofistas. Duas das prioridades da LIT são tirar lições práticas do passado e construir um
futuro saudável.
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