Tentativas de Unificação Política do Mundo
Atrapalham Mais do que Ajudam a Evolução
Carlos Cardoso Aveline

Mahatma Gandhi acreditava em uma civilização comunitária e
diversificada, baseada nos princípios da paz, da ética e da cooperação
Alguns cidadãos de boa vontade podem pensar que a fraternidade
universal - o primeiro objetivo do movimento teosófico moderno - possui uma
visão “globalista” do mundo.
Cabe portanto examinar uma questão: será que o projeto
teosófico propõe de algum modo ou sugere a “unificação” formal do mundo?
A resposta é clara:
“Não. De maneira nenhuma.”
O globalismo propõe uma unificação política e
econômica, até mesmo cultural do mundo. A monocultura é uma doença, tanto em
ecologia como em sociologia. O jardim do reino humano precisa de diversidade
para ser forte e para gerar frutos espirituais.
A teosofia tem um profundo respeito pelas diferenças
entre culturas. Ela valoriza as tradições locais. Ela defende o patrimônio
espiritual de cada povo e cada etnia. A teosofia não pensa, nem ensina, que a
soberania dos estados nacionais deve ser boicotada ou combatida.
A fraternidade universal nada tem a ver com a
uniformidade de aspectos externos nos reinos visíveis da vida social. Ao
contrário. Uma federação saudável entre as nações irá respeitar a independência
de cada uma delas.
Lado a lado com a Ecologia, a teosofia moderna celebra
a diversidade da vida e o contraste cultural entre povos pacíficos.
A fraternidade universal depende da comunhão interna e
da compreensão mútua. Ela celebra a amizade. Ela ensina que as diferenças levam
à criatividade e à transcendência.
Os jesuítas e o Vaticano foram globalistas enquanto
puderam. Martinho Lutero criou uma teologia que restaurou o respeito pelas nações
e pela diversidade de pensamento.
Napoleão Bonaparte sonhava com um “mundo politicamente
unificado”. O resultado foi um desastre. Os fundadores dos Estados Unidos da
América do Norte, no século 18, acreditavam na independência dos povos. O
resultado foi a vitória e o progresso da alma.
Adolf Hitler e Benito Mussolini, dois criminosos,
podem ter-se apresentado como nacionalistas para efeitos de propaganda: na
verdade, eram claramente globalistas. Hitler queria o poder mundial. Ele
desejava destruir nações e até certo ponto conseguiu fazer isso. O resultado
foi um desastre em escala planetária. Por outro lado, Mahatma Gandhi e Winston
Churchill, entre muitos outros amigos da humanidade, acreditavam que as nações
têm o direito de existir, de ser independentes, e de discordar umas das outras
em paz. O resultado foi a preservação da diversidade e do respeito entre os
povos.
O primeiro objetivo do movimento teosófico é definido
como “formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de
raça, credo, sexo, casta ou cor”.
A teosofia combate o preconceito contra qualquer nação
ou etnia. Ela respeita todas as formas de tradição cultural. Ela ensina a
não-agressão, e especialmente entre seres humanos. Ela é contra o aborto, por
exemplo. A teosofia se opõe ao antissemitismo. Ela é contrária ao antissionismo
e a toda forma de ódio sistemático. Ela estimula um sentimento universal de boa
vontade. Ela é uma filosofia de amor pela vida, e de amor pelo universo.
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O texto acima foi publicado dia 28 de novembro de 2018.
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