Investigando o Caráter
Ilimitado da Nossa Potencialidade
Carlos Cardoso Aveline
Tanto
a curto como a longo prazo, a energia e o tempo disponíveis são elementos
decisivos na vida.
Fingir
que eles são infinitos é um erro fatal. Eles são ilimitados em si mesmos, mas
não para nós.
Perceber
que podemos usar de modo cada vez mais correto a energia de que dispomos na
vida permite expandir as nossas possibilidades mais elevadas. Ao contrário do
tempo individual, tais potencialidades não têm limite.
Já
que é nosso dever criar as condições para que a semente da sabedoria divina germine,
vale a pena fazer um auto-exame com relação ao uso do tempo e da energia em
nossas vidas.
Por
exemplo:
1)
Que forças e substâncias estão disponíveis para mim, nos vários níveis dos
mundos físico, vital, emocional e mental? E de quais energias do meu eu
superior eu tenho uma consciência pensante?
2)
Qual a verdadeira meta da minha vida
neste momento? E qual deveria ser ela?
3)
De que modo posso empregar eficientemente o conjunto de energias vitais
disponíveis, de modo a criar ao longo do tempo um ritmo de vida criativo e
durável?
4)
Será que tenho os “músculos” necessários para tomar em minhas próprias mãos o
rumo da minha vida, das minhas energias vitais, e do meu tempo? Em outras
palavras, consigo ser o autor do roteiro da minha própria existência?
A Linha de Tempo
de Cada Um
O
tempo individual é um segmento provisório daquela dimensão silenciosa da
Natureza que Helena P. Blavatsky chama de (infinita) Duração.
Este
segmento constitui um patrimônio extremamente valioso, do ponto de vista de um
eu superior que desperta para a ação.
Quem
deseja tornar-se um habitante livre e auto-responsável da Duração Infinita, ou
tempo eterno, deve tomar decisões voluntárias em relação ao uso da sua força
vital no espaço e no tempo. Para
fortalecer esta habilidade, um procedimento útil consiste em desligar-se regularmente
do tempo linear, provocando uma ruptura da sua continuidade aparente.
Rompendo a Ilusão
de Continuidade
Parar
ou transcender o tempo psicológico linear constitui uma necessidade para quem
pretende definir por si mesmo o rumo da sua vida.
Quando
um indivíduo dorme, a passagem consciente do tempo é interrompida. Isso não é
suficiente.
Séculos
atrás, a vida era mais lenta. As pessoas tinham mais oportunidades de romper e deixar
de lado a consciência unilinear do tempo. Atualmente, a arte de parar o tempo voluntariamente
surge como uma alternativa à aceleração da vida, e nos devolve a possibilidade
de libertar-nos das rotinas impostas de fora para dentro.
É
possível parar o tempo a qualquer momento. “E se nesse instante a hora fosse
cinco minutos mais tarde?” Podemos interromper
neste preciso instante toda e qualquer atividade para dedicar cinco minutos à
contemplação do não-tempo. “Parar o tempo” é sinônimo de “parar o mundo”,
porque o tempo e o espaço são um só.
Até
mesmo um minuto de absoluta imobilidade nos permite ter novas percepções da
vida e enxergar coisas até agora desapercebidas.
O
não-tempo contém o tempo eterno. A duração infinita está presente em cada instante.
Ao romper a rotina externa grosseira e a sua ilusão de continuidade, vamos além do tempo unilinear e alcançamos uma
percepção da potencialidade infinita do futuro, tal como ela existe em semente aqui
e agora.