Diálogo Examina as Causas da Distância
Atual Entre os Mahatmas e a Humanidade
Carlos Cardoso Aveline
Carlos Cardoso Aveline
Uma
imagem da Cordilheira dos Himalaias, em quadro de Nicholas Roerich
Estudante A:
Por que
razão tem havido - ao longo dos milênios - tantos Sábios
vivendo na Índia, nos Himalaias, e na Ásia em geral?
Estudante B:
Os povos asiáticos estão entre os mais antigos das culturas
adiantadas que há hoje no planeta. É natural que povos antigos tenham mais
sabedoria que povos novos, pelo menos no ciclo atual da humanidade. A Índia é o
berço da humanidade atual. É compreensível que a coordenação espiritual da
atual humanidade - pós-Atlântida - esteja no berço, na origem.
Estudante A:
E por que
é tão importante a região dos Himalaias?
Estudante B:
A atmosfera fisicamente elevada das montanhas cria um magnetismo
especial. As grandes altitudes dos Himalaias garantem o retiro e o
sossego indispensáveis para os sábios. Em qualquer lugar do mundo, as
nascentes dos rios são locais tradicionalmente sagrados e há motivos magnéticos
para pensar assim. As nascentes estão nas serras e cordilheiras.
Estudante C:
Qual o
motivo de não aparecer um número maior de Sábios e Mestres para ajudar a
humanidade? Por que razão eles não nos auxiliam mais diretamente?
Estudante B:
Educar corretamente uma criança não é igual a obrigá-la a estudar 24
horas por dia. Para cuidar e educar é necessário respeitar o ritmo próprio do
processo vital a ser cuidado e estimulado. Em pedagogia, o método Paulo Freire,
da autonomia do aprendiz, corresponde perfeitamente à pedagogia das escolas
autênticas de teosofia.
A quantidade de Mestres e de Mensageiros Deles que ocorre de modo
visível em meio à cultura humana depende, sobretudo, da capacidade de
assimilação dos humanos. A grande pergunta, pois, não é “por que não há
mais Mestres”, mas, sim, “por que não aproveitamos melhor o ensinamento que está ao nosso
dispor”.
Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece, isto é, o Mestre se torna
visível para o discípulo, porque, na verdade, o Mestre estava lá o tempo todo.
Quando a humanidade estiver pronta, os Mestres aparecerão. Até lá, a
tarefa que está em pauta é observar e aumentar a capacidade humana de
assimilar, de compreender e de tirar proveito dos ensinamentos que já estão
disponíveis.
Usando bem os ensinamentos que já nos foram dados, novos ensinamentos “aparecerão”
naturalmente. Eles talvez já estejam ao nosso dispor. Talvez faltem
apenas olhos para ver, da nossa parte.
Estudante A:
Mas então qual é a barreira que nos separa
dos Mestres de Sabedoria?
Estudante B:
A única barreira entre os Mestres e nós é a nossa própria ignorância.
Barreiras físicas não são importantes porque a distância física não existe para
os processos interiores e que dizem respeito à alma. A questão, pois, é nós
eliminarmos a nossa ignorância. Sendo ignorantes, poderíamos apertar
amavelmente a mão de um Mestre que nos fosse porventura apresentado
fisicamente, e pensar:
“Quem é este ignorante?”
Pensaríamos isso por que não O reconheceríamos. Ele seria nosso
espelho. Mas é claro que não corremos este perigo, porque a porta cíclica está
fechada para o contato ostensivo com eles desde o ano de 1900.
O tema do não-reconhecimento da presença de um ser espiritual é
examinado no romance clássico “O Idiota”, de Dostoievsky, e no filme “O Idiota”,
de Akira Kurosawa, que é uma adaptação do livro de Dostoievsky. O assunto é
abordado no filme “Kaspar Hauser”, de Werner Herzog. Veja também o texto “Se Cristo
Voltar Neste Natal”, em nossos websites associados.
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O texto acima foi publicado
pela primeira vez de modo anônimo na edição de janeiro de 2010 de “O Teosofista”. Título Original: “Diálogo Sobre os Sábios dos Himalaias”.
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Sobre o crescimento interior e a
transformação pessoal no século 21, leia a obra “O Poder da Sabedoria”, de Carlos Cardoso Aveline.
O livro foi publicado pela Editora
Teosófica, de Brasília, tem 189 páginas divididas por 20 capítulos e inclui uma
série de exercícios práticos. Está na terceira edição.
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