O Laboratório Alquímico das
Utopias
Múcio Teixeira
Múcio Teixeira
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Nota Editorial:
O poeta brasileiro Múcio
Teixeira (1847-1926)
é um dos pioneiros do
pensamento teosófico em
língua portuguesa. A palavra
sânscrita “Kratu”
significa iluminação
espiritual, sacrifício, propósito
nobre, compreensão, determinação,
inspiração, devoção.
O poema a seguir é
reproduzido do volume “Terra
Incógnita”, de
Múcio Teixeira, Casa Duprat Editora,
São Paulo, 1916,
407 pp., ver pp. 131-132.
(Carlos Cardoso Aveline)
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“A
minha farmacopeia é muito simples:
contém
apenas doze remédios, só doze;
e não
há mais nenhum que seja necessário
ao
mecanismo humano. São todos produzidos
por
suco de plantas, e seis deles são elétricos.”
(Heliobas, o Mago)
No meu
laboratório de utopista,
Manuseando
alfarrábios e retortas,
Tenho
no herbário a floração das hortas
E
os filtros misteriosos do alquimista.
Fluido
vital, que não deslumbra a vista,
Alenta
a inanição das coisas mortas:
E
eu abro assim da Evolução as portas
A
tudo quanto à análise resista.
Posso
às pedras - dar sensibilidade;
Das
lágrimas - verter a hilaridade;
Dar
asas de falena [1] - aos diamantes.
E
num bazar de extravagâncias raras,
Reduzindo
a carvão as gemas caras,
Mais
valorizo os Ideais triunfantes!
NOTA:
[1]
“Falena”. Borboleta noturna. (CCA)
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Sobre
o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição
luso-brasileira de “Luz no Caminho”,
de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos
Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014
por “The Aquarian Theosophist”.
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