25 de novembro de 2015

Nossa Semana e o Sistema Solar

Examinando o Mistério do Ciclo de Sete Dias

Carlos Cardoso Aveline 



O sistema solar é uma Roda da Vida que reúne muitos ritmos diferentes. O tempo constitui uma expressão do carma, e cada planeta tem os seus próprios ciclos. Em uma escala menor, todas as espécies vivas em nossa comunidade terrestre possuem as suas próprias maneiras de viver a Duração.

O carma individual de um ser humano também é inseparável do modo como ele se relaciona com o tempo. Pouco a pouco o peregrino passa a compreender que o Cosmos inteiro está presente de certo modo nas circunstâncias que o rodeiam, assim como a Eternidade pode ser encontrada no ciclo de sete dias.

Em nosso calendário semanal, o domingo é dedicado ao centro do círculo mágico de órbitas planetárias. O primeiro dia da semana não é dedicado à preguiça. Nem à indulgência. Desde o ponto de vista esotérico, ele constitui o momento do Sol, da luz, da força, assim no plano físico como no plano espiritual.

1. O Dia da Estrela Define o Padrão

Associado à cor amarela ou laranja, o Sol simboliza o centro da vida e representa o nosso verdadeiro eu. O metal que lhe corresponde é o ouro. Regente do signo de Leão, ele é uma fonte de coragem, confiança e harmonia, e está relacionado com a alma imortal.

Ao abrir a semana, o sol define em seu dia o padrão vibratório do ciclo todo. O indivíduo atento inaugura a semana com uma atitude correta e ações adequadas. Ele visualiza desde o início este período como um conjunto. Há muitos tipos de descanso, e a preguiça é algo a ser evitado: no repouso do domingo, devemos levar em conta os seis dias que virão, e prepará-los.  

2. A Lua Coloca a Vulnerabilidade


O segundo dia é dedicado à Lua e se relaciona com o plano emocional.

Esotericamente, o nosso satélite orienta Linga-Sharira, o “corpo sutil” do ser humano. Este é o terceiro dos sete princípios da consciência, e inclui o DNA, as tendências hereditárias e a herança cármica de vidas passadas no que tange ao corpo físico.  Regente do signo de Câncer, a Lua coloca na agenda o aspecto vulnerável do ser, a autoentrega, a devoção, o sofrimento, mas também a necessidade de vencer a preguiça.

O metal correspondente é a prata, e a cor, violeta. Segunda-feira é um dia adequado para evitar a indulgência, cuidar da saúde e apostar nas emoções saudáveis. Cabe fortalecer as bases da energia vital e do bem-estar.

3. Marte Chama à Luta


A terça-feira é o dia de Marte. O terceiro dia é indicado para ir à luta, agir pioneiramente e romper o marasmo.

A cor que lhe corresponde é vermelho, e o metal, o ferro. Marte é regente do signo de Áries. O nível de consciência mais característico é Kama-rupa, o quarto princípio, que organiza os sentimentos e pensamentos no plano do mundo externo e da ação prática.

Kama-rupa é o centro que organiza os instintos animais. Em teosofia, os sentimentos de ordem pessoal merecem respeito, mas devem estar conscientemente colocados a serviço de um projeto altruísta. O guerreiro da sabedoria age com coragem e altruísmo. Esse é um padrão astral típico da terça-feira, para as pessoas de boa vontade.

4. Mercúrio Ativa a Comunicação


Quarta-feira é o dia do mensageiro dos céus, Mercúrio.  

Este é o planeta-regente de dois signos zodiacais: Gêmeos e Virgo. A sua cor correspondente é amarelo. O metal é mercúrio. Ajudante direto do Sol, ele nunca se afasta da estrela do sistema.

O nível de consciência que mais interage com Mercúrio é Buddhi, o sexto princípio ou alma espiritual. O planeta está esotericamente ligado a Buddha. A quarta-feira evoca a sabedoria sagrada, a flexibilidade, as comunicações, a transcendência, a compaixão e a cura. No dia de Mercúrio, assim como em todas as atividades mentais, deve-se evitar que os pensamentos sejam dirigidos ou sequestrados por sentimentos inferiores. Cabe fazer com que eles cumpram o papel de mensageiros do Sol, isto é, do verdadeiro eu. 

5. Júpiter Estimula a Ação Decisiva


A quinta-feira é o dia de Thor, Jovis (ou Jove), o rei dos deuses. É dedicada ao planeta Júpiter, regente do signo de Sagitário e - ao lado de Netuno - corregente de Peixes.

O amor universal, a filosofia profunda e todos os sentimentos expansivos da alma encontram uma atmosfera estimulante na quinta-feira.

O “envelope áurico” da consciência (o nível mais elevado da aura humana) tem uma relação especial com este planeta e este dia.

Sua cor é azul. Seu metal, o estanho. É um dia “yang”, assim como o domingo e a terça. Uma ação firme e decisiva é frequentemente apropriada na quinta-feira, porque neste dia o propósito de cada um tende a estar mais claro e mais universal. Cabe vigiar e garantir que a meta é nobre, e aquilo que se expande é bom.

6. Vênus Conecta Sonho e Realidade


Sexta-feira corresponde a Vênus, a “estrela d’alva” que é também a “estrela vespertina” e a “irmã mais velha” da nossa Terra.

Regente dos signos de Libra e Touro, Vênus ensina a beleza interior e a perseverança. O planeta ajuda a viver nossos ideais na vida prática. Com ele aprendemos a conectar o sonho e a realidade. A sua influência estimula o aspecto superior da mente.

Helena P. Blavatsky escreveu:

“Nenhuma estrela, entre as incontáveis miríades que iluminam os campos siderais do céu noturno, brilha tão deslumbrantemente como Vênus (...). Vênus é a rainha entre os nossos planetas. Ela inspira os poetas e é a guardiã e a companheira do pastor solitário, a adorável estrela da manhã e do anoitecer.” [1]

O cobre é o metal que corresponde a Vênus. Esotericamente, sua cor é o índigo ou azul escuro.

Penúltimo dia da semana, a sexta-feira nos abre a possibilidade de sermos mais intensos e eficazes em nosso trabalho, e de fazermos com que os nossos esforços tenham seu ponto mais alto, antes que o sábado conclua o ciclo semanal.

7. O Mestre Saturno Fecha o Ciclo


O sétimo dia é dedicado ao Senhor dos Anéis. Saturno, o Mestre do Tempo, representa a Lei do Carma e da Justiça. É também o regente do signo de Capricórnio e corregente de Aquário.[2] O metal que lhe corresponde é o chumbo, e a cor, verde.

O sábado é muito mais que um dia de descanso. O dia de Saturno não é uma oportunidade propícia para jogar tempo fora. Ao contrário. Este dia nos convida a uma avaliação interna: cabe encontrar o ponto ótimo da experiência acumulada nos dias anteriores, e para os próximos dias. O modo como fechamos um ciclo está ligado ao modo como viveremos o ciclo seguinte. Saturno é o mestre da responsabilidade e o seu dia deve ser uma jornada que inclui o trabalho interior e reflexão sobre o que passou e o que acontecerá.

NOTAS:

[1] Veja o artigo “The History of a Planet: Venus”, de H. P. Blavatsky. Ele está disponível em nossos websites associados.  

[2] Leia “O Lado Luminoso de Saturno”, de Carlos Cardoso Aveline. O artigo está publicado em nossos websites. 

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Uma versão inicial do texto acima foi publicada na edição de março de 2015 de “O Teosofista”.

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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.


Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.

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