A Verdadeira Arte de Fazer Comparações
Carlos Cardoso Aveline
“Um grupo de
estudantes das Doutrinas Esot.
que queira obter
qualquer proveito espiritual deve
estar em perfeita
harmonia e unidade de pensamento.”
Um Mestre de Sabedoria [1]
A busca da
sabedoria mostra que, quando a meta é suprema, o realismo é indispensável. Sem
discernimento não há como evitar a derrota.
Um
exemplo prático da necessidade de bom senso está no fato de que, nas primeiras
etapas do aprendizado, o estudante pode ter vontade de saber se algum outro
estudante está mais atrasado ou mais adiantado que ele no caminho.
A
tentativa de saber “quem está mais na frente” na caminhada não leva a nada.
Quem hoje parece brilhante e dedicado pode revelar-se, amanhã, como alguém que
não tem perseverança. Aquele que agora parece ter enormes limitações talvez
experimente um grande despertar dentro de cinco anos, ou de cinco dias. E as
melhores qualidades internas de alguém talvez sejam invisíveis para todos.
Comparar-se
com os outros para ver “quem é o melhor” é inútil, portanto, e quase sempre
prejudicial; mas o estudante pode comparar-se consigo mesmo. Esta é a
verdadeira arte de fazer comparações, em teosofia.
* Será
que ele é um indivíduo melhor, hoje, do que há dez anos?
* Ele
está tomando providências para que amanhã pela manhã seja um melhor ser humano
do que é hoje? E no próximo ano?
* Ele
tem certeza de que o tempo da sua vida não está passando em vão?
* Em
que aspectos ele pode melhorar a eficiência da sua caminhada?
Aprender
com os outros não implica especular sobre se eles são “mais adiantados”.
Ensinar aos outros não é motivo para supor que se é “mais evoluído que eles”.
Interessa, isso sim, aumentar o seu próprio nível de eficiência energética,
concentrando a mente na sabedoria, na cooperação entre todos, e no ideal de uma
vida correta.
Interessa
examinar se o esquema referencial e o processo de pesquisa, de ensino e
aprendizagem de que se faz parte são legítimos e abertos ao exame crítico. Cabe
ao estudante garantir que a fonte dos ensinamentos é autêntica e fazer o melhor
que pode de modo sustentável, numa perspectiva de tempo que inclui várias
encarnações.
NOTA:
[1] Veja o item III, Carta 3, primeira série,
em “Cartas dos Mestres de Sabedoria”, pp. 24-25. Neste trecho a tradução está
revisada levando em conta o original em inglês.
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Uma versão inicial
do texto acima foi publicada de modo anônimo na edição de junho de 2010 de “O Teosofista”.
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Sobre o crescimento
interior e a transformação pessoal no século 21, leia a obra “O Poder da Sabedoria”, de Carlos
Cardoso Aveline.
O livro foi
publicado pela Editora Teosófica, de Brasília, tem 189 páginas divididas por 20
capítulos e inclui uma série de exercícios práticos. Está na terceira edição.
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