Tranquilidade Resulta do
Cumprimento do Dever
Joana Maria Ferreira de Pinho
Joana Maria Ferreira de Pinho
O caminho espiritual corresponde ao caminho do Todo e da Lei.
Ser autodisciplinado implica criar e seguir um método de
aprendizagem que conduza ao equilíbrio e à verdade e esta é uma proposta em
Teosofia:
“Se examinares alguém que é autodisciplinado e purificado
pela filosofia, verás que nele tudo é saudável, verdadeiro e correto.” [1]
Todas as partículas do universo têm seus conjuntos de leis,
“filhas” da lei maior.
Observando a natureza é possível verificar que a disciplina
está em toda parte e que é necessária a toda atividade livre, correta e eficaz.
O cumprimento do dever, em qualquer circunstância,
possibilita a marcação do ritmo necessário para que essa nota ecoe no espaço e
assim participe da melodia maior. Aqueles que vivem a autodisciplina fazem a
diferença no mundo, trazem o avanço, provocam o progresso.
“O Dhammapada”
ensina:
“Quem faz canais de irrigação conduz as águas. Os
flecheiros dão forma às flechas. Os carpinteiros dão forma à madeira. Os sábios
disciplinam a si mesmos.” [2]
A satisfação dos prazeres momentâneos e egoístas constroem
muros que nos separam da tranquilidade e plenitude, e é optando pelo Todo que
se derrubam todos eles. Podemos ler no
texto “O Papel da Autodisciplina”:
“O
autodisciplinado se contenta com pouco, mas o preguiçoso é insaciável. Quando
alguém não limita a si mesmo, será limitado pela vida. Se as dificuldades da
vida nos parecem demasiado duras, talvez estejamos sendo demasiado moles com
nós mesmos. A autodisciplina é fonte de humildade e paz. Graças a ela, o ser
humano sensato pode abraçar a simplicidade voluntária.”
E
ainda:
“Naturalmente,
a autorrestrição da vida simples só faz sentido se formos capazes de escutar a
voz da nossa própria consciência. Para isto, é necessário obter níveis
crescentes de autoconhecimento, isto é, de conhecimento do nosso Verdadeiro Eu.
Dele resultam a ação correta e a harmonia. Estes dois processos produzem uma
mente aberta e um coração honesto, que fazem nascer a autolibertação interior.
Em última análise, portanto, a autodisciplina leva à liberdade, mas a
não-disciplina leva à prisão.” [3]
A
disciplina brota de forma natural através do autoconhecimento, da visão elevada
da vida - correta, justa e altruísta. É esta a disciplina criadora de bondade e
altruísmo.
Cumprindo
o dever, encontramos a tranquilidade e o bem-estar:
“A
disciplina é a estrada que leva à plenitude da vida.” [4]
Entrego-me
ao dever do autoaperfeiçoamento, do amor e da verdade. Esta é a melhor forma de
respeitar o Ser maravilhoso que há em cada um de nós.
NOTAS:
[1] Do texto “Preceitos
e Axiomas do Oriente - 05”, de Helena P. Blavatsky, publicado em nossos
websites associados.
[2]
“O Dhammapada”, Capítulo Seis, versículo 5. A obra está disponível em nossos websites.
[3]
“O Papel da Autodisciplina”, de Carlos Cardoso Aveline. O artigo
pode ser encontrado em nossos websites associados.
[4]
“Amor e Disciplina”, de Matthew Kelly. O texto está publicado em
nossos websites.
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Uma versão
inicial do artigo acima foi publicada na edição de março de 2013 de “O Teosofista”, pp. 9-10.
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do
movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja
Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas
diversas dimensões da vida.
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Sobre o
crescimento interior e a transformação pessoal no século 21, leia a obra “O Poder da Sabedoria”, de Carlos
Cardoso Aveline.
O livro foi
publicado pela Editora Teosófica, de Brasília, tem 189 páginas divididas por 20
capítulos e inclui uma série de exercícios práticos. Está na terceira
edição.
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