A Filosofia Esotérica
Ensina a Pensar com Autonomia
Helena
P. Blavatsky
H. P. Blavatsky, visão parcial de uma estátua feita pelo escultor ucraniano
Alexey Leonov
“A religião é a melhor couraça que o
homem pode usar, mas o pior disfarce.”
(Bunyan) [1]
Não é exagero dizer que nunca houve – durante o século 19, pelo menos – um
movimento social ou religioso mais terrível e absurdamente incompreendido, nem
mais injustiçado que a TEOSOFIA – seja ela vista teoricamente como um código de
ética, ou praticamente em sua expressão objetiva, a Sociedade Teosófica.
Ano após ano, dia após dia, nossos dirigentes e membros
tiveram que interromper pessoas que falavam do movimento teosófico para fazer
protestos mais ou menos enfáticos contra a descrição do movimento teosófico
como uma “religião”, e da Sociedade Teosófica como uma espécie de igreja ou
instituição religiosa. Pior ainda, ela é mencionada com igual frequência como
uma “nova seita”! Será isto um preconceito teimoso, um erro, ou as duas coisas?
Tudo indica que a última opção é a correta. As pessoas da mais estreita
mentalidade e mesmo as mais claramente injustas ainda precisam de um pretexto
plausível, de uma desculpa com a qual justificar seus pequenos comentários
impiedosos e calúnias ditas inocentemente. E que desculpa é melhor e mais
conveniente para isso do que a ideia de um “ismo” e de uma “seita”? A grande
maioria acharia muito desagradável ser desmentida e finalmente forçada a
aceitar que teosofia não é nem uma coisa nem outra. O termo é conveniente para
eles, e fingem não perceber que é falso. Mas também há outros, muitos deles
pessoas mais ou menos amistosas, que alimentam sinceramente a mesma ilusão. A
estes nós dizemos: “certamente o mundo já foi suficientemente amaldiçoado até
agora pelos extintores do intelecto que são as crenças dogmáticas, e não
necessitamos impor a ele uma nova forma de fé!” Demasiadas pessoas já vestem
suas fés, realmente, segundo Shakespeare colocou, “apenas conforme manda a moda
dos chapéus”, sempre mudando com “os novos lançamentos”. Além disso, a própria raison d’être [2] da Sociedade Teosófica foi, desde o início, erguer em voz alta
um protesto e promover uma guerra aberta contra os dogmas ou qualquer crença
baseada em fé cega.
Pode parecer estranho e paradoxal, mas é verdadeiro dizer
que, até agora, os trabalhadores mais eficazes em teosofia prática, os seus
membros mais devotados, foram recrutados entre os agnósticos e mesmo entre os
materialistas. Nenhum buscador autêntico e sincero da verdade pode jamais ser
encontrado entre os crentes cegos na
“Palavra de Deus”, seja ela supostamente vinda de Allah, Brahma ou Jeová, ou
dos seus respectivos Alcorão, Purana
e Bíblia. Porque –
“A Fé não é o trabalho da razão, mas seu descanso”.
Quem acredita em sua própria religião ou fé vê como
mentira a religião e a fé de todos os outros, e as odeia com base em sua
crença. Além disso, a menos que nossa crença particular acorrente a razão e
cegue inteiramente nossas percepções de qualquer coisa externa a si, ela não
será crença de modo algum, mas uma opinião temporária, uma ilusão que
alimentamos em determinado momento de nossa vida. E mais, “a fé sem princípios
é apenas um rótulo enganoso para convicções voluntariosas e sensações corporais
fanáticas”, segundo a inteligente definição de Coleridge. [3]
O que, então, é Teosofia, e como ela pode ser definida em
sua forma mais atual de apresentação na última parte do século 19?
Teosofia, nós dizemos, não é uma Religião.
No entanto há, como todos sabem, certas crenças
filosóficas, religiosas e científicas que ficaram tão intimamente associadas
nos últimos anos à palavra “teosofia” que passaram a ser vistas pelo público em
geral como a própria teosofia. Além disso, será alegado que estas crenças foram
trazidas a público, explicadas e defendidas pelos próprios Fundadores que
declararam que Teosofia não é uma
religião. Qual é, pois, a explicação para esta aparente contradição? “Como podem um conjunto de crenças e
ensinamentos ou uma doutrina elaborada ser rotulados de ‘Teosofia’ e
tacitamente aceitos como ‘Teosofia’ por nove de cada dez membros da S.T., se a
Teosofia não é uma religião?” – é a pergunta que nos fazem.
O propósito deste protesto é explicar este ponto.
Talvez seja necessário dizer, em primeiro lugar, que a
afirmação de que Teosofia não é uma Religião
não exclui, de modo algum, o fato de que “Teosofia é Religião” em si mesma. Uma religião, no único sentido verdadeiro
e correto, é um laço que une os homens – não um conjunto particular de dogmas e
crenças. Bem, Religião em si, no seu
sentido mais amplo, é aquilo que une não só todos os HOMENS, mas também todos os SERES e todas as coisas do Universo inteiro em um grande
conjunto. Esta é a nossa definição teosófica de religião, mas a mesma definição
muda de novo com cada credo e cada país, e não há dois cristãos, sequer, que a
vejam de igual modo. Assim, Carlyle [4]
definiu a religião protestante, em sua época, com uma visão notavelmente
profética em relação a este sentimento que cresce constantemente em nossa
própria época, como:
“Em sua maior parte um sentimento sábio e prudente,
baseado no mero cálculo; uma questão, como são todas as outras agora, de
conveniência e utilidade; pela qual certa quantidade menor de prazer terreno
pode ser trocada por uma quantidade muito maior de prazer celestial. Assim,
também a religião é lucro, um trabalho em troca de salário, não é reverência,
mas esperança ou medo vulgares.”
Da sua parte a sra. Stowe [5], seja ou não de modo consciente, parecia referir-se mais ao
catolicismo romano que ao protestantismo quando disse da heroína de seu livro:
“Ela olhava a
religião como uma questão de tíquete (com o número correto de indulgências
compradas e pagas), a qual, uma vez tendo sido adquirida e comodamente guardada
na carteira, pode ser apresentada no portão celestial, garantindo assim
admissão ao céu...”
Mas quanto aos teosofistas (refiro-me aqui aos autênticos
teosofistas), que não aceitam mediações por procuração nem salvação através de
derramamento do sangue de inocentes, e que tampouco pensariam em “trabalhar em
troca de salário” na religião Única e
Universal, a única definição que eles podem subscrever e aceitar totalmente
é a que foi dada por Miller.[6] Sua
descrição é extremamente verdadeira e teosófica, ao mostrar que:
“... A verdadeira religião
é sempre suave,
benévola e humilde;
não faz o papel de
tirano, não baseia sua fé no sangue,
nem traz destruição
nas rodas da sua carruagem;
mas se dispõe
a melhorar, socorrer e corrigir,
e constrói sua
grandeza sobre o bem público.”
Esta é uma definição correta do que é, ou deveria ser, a verdadeira teosofia (entre as crenças religiosas,
só o budismo tem esta filosofia que une os homens e os corações, porque não é
uma religião dogmática). Neste sentido, já que é dever e tarefa de cada
teosofista autêntico aceitar e colocar em prática estes princípios, a Teosofia é RELIGIÃO, e a Sociedade a sua única
Igreja Universal; seu templo da sabedoria de Salomão [7], em cuja construção “não se ouviu barulho de martelo, de
cinzel, nem de qualquer outro instrumento de ferro no Templo” (I Reis, VI, 7);
porque este “templo” não é feito por mãos humanas, nem construído em qualquer
lugar na terra – mas, de fato, é erguido só no santuário interno do coração
humano, onde reina suprema a alma desperta.
Portanto a Teosofia não é uma religião, nós dizemos, mas RELIGIÃO em si mesma, o vínculo
único de unidade, que é tão universal, e tão abrangente que nenhum homem, assim
como nenhuma partícula - desde os deuses e os mortais até
os animais, a folha de erva e o átomo – pode estar fora da sua luz. Deste modo,
qualquer organização ou instituição que use este nome deve necessariamente ser
uma FRATERNIDADE UNIVERSAL.
Se não fosse assim, a Teosofia seria apenas mais uma
entre centenas de palavras semelhantes, tão altissonantes e pretensiosas quanto
vazias. Vista como uma filosofia, a Teosofia em seu trabalho prático é o
alambique do alquimista medieval. [8]
Ela transmuta o metal aparentemente inferior de cada um dos credos
ritualísticos e dogmáticos (inclusive o cristianismo) no ouro da verdade e do
fato, e assim produz verdadeiramente uma panaceia universal para os males da
humanidade. É por essa razão que, ao solicitar admissão na Sociedade Teosófica,
a ninguém é perguntado a que religião pertence, nem quais podem ser suas
concepções teísticas. Isso é propriedade pessoal dele, e nada têm a ver com a
Sociedade. Porque a Teosofia pode ser praticada pelo cristão e pelo pagão,
judeu ou gentil, agnóstico ou materialista, ou mesmo por um ateu, desde que
nenhum deles seja um fanático intolerante, que se recusa a reconhecer como
irmão qualquer homem ou mulher que não pertença a seu credo ou crença
particular. O conde León N. Tolstoy não acredita na Bíblia, na Igreja, ou na
divindade de Cristo; e no entanto nenhum cristão é melhor que ele na aplicação
prática daqueles princípios que foram supostamente pregados na Montanha. E
estes princípios são os da Teosofia; não porque eles tenham sido pregados pelo
Cristo dos cristãos, mas porque eles são a ética universal, e foram pregados
por Buddha e Confúcio, Krishna e todos os grandes sábios, milhares de anos
antes de o Sermão da Montanha ter sido escrito. Assim, uma vez que nós
estejamos à altura de tal Teosofia, ela se torna de fato uma panaceia universal, porque cura as
feridas causadas pela inclemência dos “ismos” da Igreja sobre a alma sensível
de todo homem naturalmente religioso. Muitos deles, forçados a afastar-se pelo
impulso reativo de decepção em relação à área estreita de crença cega, e caindo
nas fileiras da árida descrença, foram trazidos de volta para a aspiração
esperançosa pelo simples ato de ingressar em nossa Fraternidade – sim, mesmo
imperfeita como ela é.
Se, como consequência disso, alguém argumentar que vários
membros destacados abandonaram a Sociedade decepcionados com a Teosofia assim
como haviam-se decepcionado com outras associações, isso não nos pode desanimar
de modo algum. Porque com poucas, muito
poucas exceções, na primeira etapa das atividades da S.T., quando alguns a
abandonaram porque não viam ser levado à prática na instituição o misticismo
tal como eles o entendiam, ou porque
“faltava espiritualidade aos líderes”, que eram “não-teosóficos, e portanto
traíam as regras”, veja você, na maior parte dos casos eles se afastaram ou
porque tinham pouca convicção ou porque levavam demasiado a sério suas opiniões
pessoais – tinham uma igreja e um dogma infalível em si mesmos. Alguns
afastaram-se, também, com pretextos muito superficiais como, por exemplo,
“porque o cristianismo (seria mais correto dizer igrejismo, ou falso cristianismo) era tratado com
demasiada dureza em nossas revistas” – como se outras igrejas fanáticas tivessem
sido em algum momento tratadas de modo melhor, ou apoiadas! Assim, todos os que
se afastaram fizeram bem ao tomar esta decisão, e nunca fizeram falta.
Além disso, deve-se acrescentar também o seguinte: o
número dos que se afastaram dificilmente pode ser comparado ao daqueles que
encontraram na Teosofia tudo o que esperavam. As suas doutrinas, quando
estudadas com seriedade, estimulam o poder da razão, despertam o homem interno no homem animal – e fazem surgir
todo o poder para o bem até aqui adormecido em nós, e também a percepção do
real e do verdadeiro, em contraste com o falso e o irreal. Rasgando com mão
firme o grosso véu da letra morta com o qual todas as velhas escrituras
religiosas foram cobertas, a Teosofia científica conhece o hábil simbolismo das
eras passadas, e revela para quem zomba da velha sabedoria a origem da fé e das
ciências do mundo. Ela abre novas visões, situadas além dos velhos horizontes
de religiões cristalizadas, imóveis e despóticas; e transformando a fé cega em
um conhecimento raciocinado com base em leis matemáticas – a única ciência exata – a Teosofia demonstra ao homem
aspectos mais profundos e mais filosóficos da existência daquilo que, repelido
pelo caráter grosseiro da forma e da letra-morta, ele tinha abandonado havia
muito como uma história infantil. Ela dá um objetivo claro e bem definido, um
ideal pelo qual viver – para todo homem ou mulher sinceros, que pertençam a
qualquer setor da sociedade, e tenham qualquer grau de cultura e desenvolvimento
intelectual. A Teosofia Prática não é uma
ciência, mas abrange todas as ciências da vida, as morais e as físicas. Ela
pode, em resumo, ser corretamente vista como um “educador” universal, um tutor
de conhecimento e experiência mundiais, e de uma erudição que não só ajuda e
guia seus alunos em direção a um exame bem sucedido em todos os trabalhos
científicos e morais da vida terrena, mas prepara-os para as vidas que virão, bastando que os alunos
estudem o universo e seus mistérios dentro
de si próprios, em vez de estudá-los através
dos óculos da ciência e da religião ortodoxas.
E que nenhum leitor entenda mal estas afirmações. É à
Teosofia em si, não a qualquer membro
individual da Sociedade ou mesmo teosofista, [9] que esta onisciência universal é atribuída. As duas – a
Teosofia e a Sociedade Teosófica – não devem ser confundidas, assim como o
recipiente e o conteúdo que ele traz em si. Uma é ideal, a Sabedoria divina, a própria perfeição; a outra,
uma pobre coisa imperfeita, tentando avançar sob, se não dentro, da
sombra da primeira nesta Terra. Nenhum homem é perfeito; por que, então,
deveríamos esperar de qualquer membro da S.T. que seja um modelo de todas as
virtudes humanas? E por que deveria toda a organização ser criticada e acusada
pelos erros, reais ou imaginários, de alguns dos seus membros, ou mesmo dos
seus líderes? Como organização concreta, a Sociedade nunca esteve livre de
culpa ou pecado – errare humanum est [10] - como tampouco esteve qualquer um
dos seus integrantes. Portanto, é mais correto culpar pelos erros aqueles
membros, cuja maioria não aceita ser conduzida pela teosofia. A Teosofia é a
alma da sua Sociedade. Esta última é o corpo grosseiro e imperfeito da
anterior. Assim, aqueles Salomãos modernos que querem sentar no Trono do
Julgamento e falar de algo que ignoram completamente, são convidados, antes de
caluniar a Teosofia ou quaisquer teosofistas, a conhecer primeiro a ambos, em
vez de ignorantemente chamar a primeira de “uma miscelânea de crenças insanas”
e estes últimos de “uma seita de impostores e lunáticos”.
Apesar disso, a Teosofia é considerada por amigos e
inimigos como uma religião, quando não uma seita.
Vejamos como as crenças específicas que ficaram associadas com a palavra
chegaram a esta situação, e como é que elas parecem ter tamanho direito a isso
que nenhum dos líderes da Sociedade jamais pensou em desmentir estas doutrinas.
Já dissemos que acreditamos na absoluta unidade da
natureza. A unidade implica a possibilidade de uma entidade de determinado plano
entrar em contato com outra entidade que seja de – ou esteja em - outro plano. Nós acreditamos nisto.
A obra recém publicada A Doutrina Secreta mostra quais eram as ideias do mundo antigo com
relação aos instrutores primevos do
homem primitivo e das suas três raças anteriores.[11] A gênese daquela SABEDORIA-RELIGIÃO em que todos os
teosofistas acreditam é daquele período. O chamado “Ocultismo” - ou mais precisamente a
Ciência Esotérica - deve ser atribuído em sua origem
a aqueles Seres que, levados pelo Carma, encarnaram em nossa humanidade e fizeram soar a nota-chave daquela Ciência
secreta que desde então foi expandida por incontáveis gerações de adeptos
subsequentes, testando em cada era suas doutrinas através da observação e da
experiência pessoais. O conjunto deste conhecimento – que nenhum homem é capaz
de possuir completamente – constitui aquilo que nós agora chamamos Teosofia ou
“conhecimento divino”. Seres de outros mundos mais elevados podem tê-la
inteira. Nós só podemos tê-la aproximadamente.
Assim, a unidade de tudo que há no universo pressupõe e
justifica nossa crença na existência de um conhecimento ao mesmo tempo
científico, filosófico e religioso, que mostra a necessidade e a realidade da
conexão recíproca do homem e de todas as coisas no universo; e este
conhecimento, portanto, se torna essencialmente RELIGIÃO, e deve ser chamado em
sua integridade e universalidade pelo nome específico de SABEDORIA-RELIGIÃO.
É desta SABEDORIA-RELIGIÃO que todas as várias
“Religiões” individuais (erroneamente chamadas assim) surgiram, formando por
sua vez diversas ramificações, e assim também todos os credos menores, baseados
em – e sempre originados de – alguma experiência psicológica pessoal. Cada uma
destas religiões ou ramificações religiosas, seja considerada ortodoxa ou
herética, sábia ou tola, começou originalmente como uma corrente clara e
incontaminada da Fonte-Mãe. O fato de que cada uma delas ficou com o passar do
tempo contaminada por especulações e mesmo invenções puramente humanas, causadas
por motivos e interesses pessoais, não impede nenhuma delas de haver sido pura
em seus começos. Há credos – não os chamaremos de religiões – que estão agora
tão sobrecarregados de elementos humanos que são irreconhecíveis; outros apenas
mostram sinais do começo da decadência; nenhum escapou do efeito do tempo. Mas
todos eles têm origem divina, natural e verdadeira; sim – o mazdeísmo, o
bramanismo, o budismo e igualmente o cristianismo. São os dogmas e o elemento
humano neste último que levaram diretamente ao espiritismo.
Naturalmente, haverá protestos de ambos os lados, se
dissermos que o espiritismo moderno em si, purificado das suas especulações
prejudiciais – baseadas nas afirmações de duas garotas pequenas e seus
“Espíritos” muito pouco confiáveis – é muito mais verdadeiro e filosófico que
qualquer dogma de igreja. O espiritismo canalizado
está agora amadurecendo seu Carma. Suas primeiras inovadoras, as mencionadas “duas garotas pequenas” de Rochester - a Meca do espiritismo moderno - cresceram e envelheceram desde que os primeiros
fenômenos produzidos por elas entreabriram amplamente os portões entre este e o
outro mundo. Foi com base no seu testemunho “inocente” que começou e foi
produzido o elaborado esquema de uma terra-de-verão sideral, com sua ativa
população astral de “espíritos” sempre flutuando entre a “terra silenciosa”
deles e a nossa terra de bocas tão barulhentas e fofoqueiras. E agora as duas
Maomés fêmeas do espiritismo moderno se tornaram autoapóstatas, se passaram
para o inimigo e jogam contra a “filosofia” que elas criaram. Elas atacam o
espiritismo prático e o acusam de ser
a maior fraude dos últimos tempos. Os Espíritas (com um punhado de boas
exceções) tiveram prazer em optar pelo lado dos nossos inimigos e caluniadores,
quando estes, que nunca haviam sido
teosofistas, foram falsos conosco e denunciaram diabolicamente os
Fundadores da Sociedade Teosófica como embusteiros e impostores. Deveriam os
teosofistas rir, agora que as “reveladoras” originais do espiritismo se tornaram
suas “difamadoras”? Jamais! Porque os fenômenos do espiritismo são fatos, e a
traição das “garotas astutas” só nos faz sentir mais piedade por todos os
médiuns, e confirma, diante de todo o mundo, a nossa constante afirmação de que
nenhum médium é confiável. Nenhum verdadeiro teosofista jamais se rirá, e muito
menos se regozijará, com a derrota de alguém, mesmo de um oponente. A razão
disso é simples:
Porque nós sabemos
que, agora, como sempre, seres de outros mundos mais elevados conversam com
alguns mortais eleitos; embora agora isso ocorra muito
mais raramente que em tempos antigos, à medida que a humanidade se torna pior
em todos os aspectos a cada nova geração civilizada.
Devido ao levantamento
armado de todos os espíritas da Europa e da América diante de quaisquer palavras
contrárias à ideia de que toda inteligência
que se comunica é, necessariamente, o Espírito de algum ex-mortal desta terra –
é verdade que a Teosofia ainda não disse sua última palavra sobre o espiritismo
e os “espíritos”. Isso pode ser feito algum dia. Enquanto isso, uma humilde
servidora da Teosofia, esta editora [12],
declara mais uma vez sua crença em Seres maiores, mais sábios, mais nobres que
qualquer Deus pessoal, e que estão
além de quaisquer “espíritos dos mortos”, santos ou anjos com asas. Em todas as
épocas, no entanto, eles aceitam inspirar uns poucos sensitivos – frequentemente
sem ligação alguma com igrejas, espiritismo e mesmo Teosofia. E acreditando em
Seres Espirituais sagrados e elevados, a editora deve também acreditar na
existência dos seus opositores – “espíritos” inferiores, bons, maus e
indiferentes. Portanto, ela acredita no espiritismo e nos seus fenômenos,
alguns dos quais são bastante repugnantes para ela.
Essa é uma observação casual e uma digressão, apenas para
mostrar que a Teosofia inclui o espiritismo – como ele deveria ser, não como
ele é – entre as suas ciências, e faz isso com base no conhecimento e na
experiência de eras inumeráveis. Não há uma religião digna do nome que não
tenha sido começada em função de tais visitas
de Seres dos planos mais elevados [13].
Assim nasceram todas as religiões pré-históricas, assim
como todas as religiões históricas, o mazdeísmo e o bramanismo, o budismo e o
cristianismo, o judaísmo, o gnosticismo e o islamismo; em resumo, todo “ismo”
mais ou menos bem sucedido. Todos eles são verdadeiros no fundo, e todos são
falsos na superfície. O Revelador, o artista que imprimiu uma parte da Verdade
no cérebro do Vidente, foi em cada caso um artista autêntico, que transmitiu
verdades autênticas; mas o instrumento também demonstrou ser, em todos os
casos, apenas um ser humano. Convide
Rubinstein e peça a ele para tocar uma sonata de Beethoven em um piano deixado
em autoafinação, com metade das notas
em paralisia crônica, enquanto as cordas se encontram frouxas; e então, apesar
do gênio do artista, veja se você consegue reconhecer a sonata. A moral da fábula é que um homem – mesmo que ele
seja o maior dos médiuns ou dos Videntes natos – é apenas um homem; e que o ser
humano deixado só com seus instrumentos e especulações está necessariamente fora de sintonia com a
verdade absoluta, mesmo enquanto recolhe algumas das suas migalhas. Porque o
Homem é apenas um Anjo caído; é um
deus em seu interior, mas com um cérebro animal em sua cabeça, mais sujeito aos
resfriados e aos vapores do vinho, enquanto estiver em companhia de outros
homens na Terra, que à recepção perfeita das revelações divinas.
Daí os multicoloridos
dogmas das igrejas. Daí, também, as mil e uma supostas “filosofias” (algumas
contraditórias, inclusive teorias teosóficas); e as variadas “ciências” e os
esquemas Espiritual, Mental, Cristão e Secular; daí o sectarismo e o fanatismo,
e especialmente a vaidade pessoal e o apego às suas próprias opiniões de quase
todos os “inovadores” desde a era medieval. Todos eles escureceram e ocultaram
a própria existência da VERDADE – a origem comum de tudo. Será que nossos
críticos imaginarão que nós excluímos os ensinamentos teosóficos desta
situação? Não, de modo algum. As doutrinas esotéricas que nossa Sociedade vem
expondo não são impressões mentais ou
espirituais vindas de algum lugar
“desconhecido, de cima”, mas sim
fruto dos ensinamentos dados a nós por homens vivos. Ainda assim, exceto no
caso do que foi ditado ou escrito pelos próprios Mestres de Sabedoria, estas
doutrinas podem estar em muitos casos tão incompletas e equivocadas quanto
qualquer dos nossos inimigos desejaria que estivessem. A Doutrina Secreta – uma obra que transmite tudo o que pode ser
revelado neste século – é uma tentativa de deixar claros, em parte, o alicerce e a herança comum de todos os esquemas filosóficos e religiões, grandes ou pequenos. Foi
considerado indispensável romper toda essa massa de concepções errôneas e
preconceitos cristalizados que agora oculta o tronco comum, (a) de todas as grandes religiões
mundiais; (b) das seitas menores; e (c) da Teosofia tal como ela está
agora, ainda que, por causa nossa e do nosso conhecimento limitado, permaneça
velada a grande Verdade. A camada de erros é grossa, seja qual for a mão que a
produziu; e porque nós pessoalmente
temos tentado remover parte dela, o esforço tornou-se alvo de críticas de todos
os escritores teosóficos e mesmo da Sociedade. Poucos, entre nossos amigos e
leitores, deixaram de caracterizar a nossa tentativa de desmascarar o erro em The Theosophist e Lucifer como “ataques muito impiedosos contra o Cristianismo”, como
“ataques nada teosóficos”, etc., etc. No entanto eles são necessários, ou
melhor, são indispensáveis, se nós quisermos obter pelo menos verdades aproximadas. Temos de desnudar as
coisas, e estamos dispostos a pagar o preço disso – como sempre. É inútil
prometer dar a verdade, e em seguida
deixá-la misturada com o erro apenas por falta de coragem. Está demonstrado claramente
que o resultado de uma estratégia como esta só poderia tornar lamacenta a
correnteza dos fatos. Os doze anos de trabalho e luta incessante com inimigos
dos quatro cantos do mundo, apesar das nossas quatro revistas teosóficas – The Theosophist, The Path, Lucifer e a
francesa Le Lotus – e dos nossos
protestos fracos e diluídos nelas, das nossas tímidas declarações, da nossa
“magistral estratégia da inatividade”, brincando de esconde-esconde na sombra
da cansativa metafísica, só levaram a uma situação em que a Teosofia é
considerada seriamente como uma SEITA religiosa. Pela centésima vez escutamos –
“O que a Teosofia está fazendo de bom?” e “Veja todo o bem que as Igrejas estão
fazendo”!
No entanto, é um fato comprovado que a humanidade não está
nem um pouco melhor em matéria de moralidade, e em alguns casos está dez vezes
pior, agora, do que estava na época do paganismo. Além disso, durante o último
meio século, desde aquele período em que o Livre Pensamento e a Ciência
retiraram o que havia de melhor nas igrejas – o cristianismo vem perdendo a
cada ano mais seguidores nas classes intelectualizadas do que obtendo
seguidores nas camadas inferiores, os
setores menos esclarecidos do Paganismo. Por outro lado, a Teosofia trouxe de
volta do Materialismo e do simples desespero para a crença (baseada na lógica e
nas evidências racionais) no Eu divino do
homem, e na sua imortalidade, mais de um entre aqueles que a Igreja perdeu
através do dogma, da exigência de fé e da tirania. E, se for comprovado que a
Teosofia salva apenas um homem em cada mil daqueles que a Igreja perde, esse
não será um resultado muito melhor para o bem do que o de todos os missionários
somados?
A Teosofia, como tem sido repetidamente declarado por
escrito e em voz alta por seus membros e dirigentes, avança por rumos
diametralmente opostos a aqueles trilhados pela Igreja; e a Teosofia rejeita os
métodos da Ciência, já que os seus métodos indutivos só podem levar a um
materialismo crasso. No entanto, na realidade, a Teosofia afirma ser tanto
“RELIGIÃO” quanto “CIÊNCIA”, porque constitui a essência de ambas. É pelo bem e
pelo amor destas duas abstrações divinas – isto é, a religião e a ciência
teosóficas – que a sua Sociedade tornou-se um voluntário catador de lixo tanto na religião ortodoxa quanto na ciência
moderna; assim como uma implacável Nêmesis [14]
para aqueles que degradaram as duas nobres verdades em função dos seus
próprios objetivos e propósitos e depois divorciaram violentamente uma da
outra, embora as duas devam ser, e sejam,
apenas uma. Provar isso é também um dos nossos objetivos ao escrever este
texto.
O materialista moderno insiste na existência de um abismo
insuperável entre as duas, assinalando que “o conflito entre religião e
ciência” terminou com o triunfo desta última e a derrota da religião. O
teosofista moderno, ao contrário, se recusa a ver qualquer coisa parecida com
este abismo. Se tanto a Igreja quanto a Ciência alegam que cada uma delas busca
nada mais que a verdade, então, ou
uma delas está errada, e aceita o falso como verdadeiro, ou ambas estão.
Qualquer outra objeção à sua reconciliação deve ser reconhecida como puramente fictícia. A verdade é uma só, mesmo que seja
procurada desde dois ângulos diferentes. Portanto, a Teosofia pretende
reconciliar os dois inimigos. Ela começa dizendo que a verdadeira religião cristã, espiritual e primitiva, é, tanto quanto
as outras grandes filosofias ainda mais velhas que a precederam – a luz da Verdade, “a vida e a luz dos homens”.
Mas esta é também a verdadeira
luz da ciência. Agora a religião está escurecida por dogmas examinados
através de lentes enfumaçadas por superstições produzidas artificialmente pelas
Igrejas. Em consequência, esta luz dificilmente pode penetrar e encontrar sua
luz irmã em uma ciência igualmente repleta com as teias de aranha dos paradoxos e dos sofismas
materialistas dos tempos atuais. Os ensinamentos das duas são incompatíveis, e
não podem harmonizar-se enquanto tanto a filosofia religiosa quanto a ciência
da natureza física e externa (natureza que, em filosofia, é falsa) insistem na infalibilidade dos
seus “fogos-fátuos”.[15] As duas
luzes, tendo raios de igual extensão no que diz respeito a falsas deduções, só
poderiam extinguir uma à outra e produzir escuridão ainda pior. No entanto, elas
podem ser reconciliadas com a condição de que façam uma limpeza em suas casas,
uma do lixo humano das idades, a outra da excrescência do materialismo e
ateísmo modernos. E à medida que ambas declinam, a coisa melhor e mais
meritória a fazer é, precisamente, o que só a Teosofia pode fazer e fará: isto é, mostrar aos inocentes
pegos pelas armadilhas dos dois assaltantes – realmente dois dragões da antiguidade,
um que devora os intelectos, e o outro as almas dos homens – que o suposto
abismo entre eles é apenas uma ilusão ótica; que, ao contrário de um abismo,
trata-se de uma imensa montanha de lixo erguida respectivamente pelos dois
inimigos, como uma defesa contra ataques mútuos.
Deste modo, se a Teosofia apenas assinalar e chamar
seriamente a atenção do mundo para o fato de que o suposto desacordo entre religião e ciência está condicionado, de um
lado, pelos materialistas inteligentes que lutam corretamente contra os dogmas
humanos absurdos, e de outro lado por fanáticos cegos e religiosos interessados
em si mesmos que, em vez de defender as almas da humanidade, lutam simplesmente
com unhas e dentes pelo seu pão e manteiga e sua autoridade - bem, isto bastará para a Teosofia comprovar que é a
salvadora da humanidade.
E agora é de se esperar que tenhamos mostrado o que é a
verdadeira Teosofia, e o que são seus seguidores. A Teosofia é uma Ciência
divina e um código de Ética tão sublimes que nenhum teosofista é capaz de fazer-lhe
justiça; seus seguidores são pessoas fracas, mas sinceras. Por que, então,
deveria a Teosofia ser julgada pelos erros pessoais de qualquer líder ou membro
de suas 150 lojas? [16] Alguém pode
trabalhar por ela com o melhor da sua capacidade sem jamais conseguir erguer-se
até a altura do chamado interior e da aspiração que sente. Isso é lamentável
para esta pessoa, mas não é culpa da Teosofia, e nem sequer da instituição como
um todo. Seus Fundadores não reivindicam para si outro mérito que o de haver
colocado em movimento a primeira roda teosófica. Se forem julgados, devem ser julgados
pelo trabalho que eles têm feito, e não pelo que os amigos ou inimigos podem
dizer deles. Não há lugar para personalidades
em um trabalho como o nosso; e todos devem estar dispostos, como os
Fundadores estão, se necessário, a ser o carro de Jagannath [17] para esmagá-las individualmente pelo bem de todos. Só no desconhecido futuro,
quando a morte houver colocado sua mão fria sobre os infelizes Fundadores e interrompido
assim sua atividade, os seus respectivos méritos e deméritos, os seus bons e maus
atos e ações, e o seu trabalho teosófico terão que ser avaliados na Balança da
Posteridade. Só então, depois que os dois pratos da balança tiverem sido
colocados em equilíbrio com seus conteúdos em contraste, e o peso do resultado
líquido estiver evidente para todos em seu valor intrínseco e completo – só
então a natureza do veredicto determinado será percebida com alguma justiça.
Atualmente, exceto na Índia, estes resultados estão demasiado espalhados sobre
a face da terra, demasiado limitados a um punhado de indivíduos para que se
possa julgar facilmente. Agora, estes resultados dificilmente podem ser
percebidos, muito menos ouvidos em meio ao clamor dos nossos numerosos inimigos
e dos seus bons imitadores - os indiferentes. Entretanto, por menores que sejam, na
medida em que estes resultados tenham demonstrado ser bons, mesmo agora cada
homem que tenha em seu coração o progresso moral da humanidade deve sentir
gratidão para com a Teosofia. E como a Teosofia foi revivida e colocada diante
do mundo através dos seus pouco
valiosos servidores, os “Fundadores” devem ter como seu defensor apenas o seu
trabalho, seja qual for o estado atual do seu “livro caixa” na contabilidade do
Carma de curto prazo, em que as aparências sociais são levadas em conta. [18]
NOTAS:
[1] Em nota, o compilador dos “Collected Writings” de H.P. Blavatsky, Boris
de Zirkoff, escreve: “Não se sabe por que esta frase é atribuída aqui a Bunyan.
A frase ‘a religião é a melhor couraça do mundo, mas o pior disfarce’ pode ser
encontrada em Gnomologia: Adagies and
Proverb; Wise Sentences and Witty Sayings, Ancient and Modern, Foreign and
British, Londres, 1732. No entanto, lá ela não é atribuída a Bunyan.” O
pensador John Bunyan escreveu a obra clássica da mística cristã The Pilgrim’s Progress, ou O Progresso do Peregrino. A obra está
editada no Brasil pela editora Martin Claret. (CCA)
[2] Raison d’être, “razão de ser”, em francês. (CCA)
[3] Samuel Taylor Coleridge
(1772-1834), poeta, jornalista e pensador inglês. (CCA)
[4] Thomas Carlyle (1795-1881),
ensaísta e historiador escocês, foi um grande pensador da época vitoriana. (CCA)
[5] Harriet Beecher Stowe
(1811-1896), escritora e filantropa norte-americana, autora de A Cabana do Pai Tomás (Uncle Tom’s Cabin).(CCA)
[6] Possivelmente se trata de William Miller (1782-1849), líder religioso norte-americano,
criador do movimento chamado millerismo, que acreditava que o mundo acabaria e
Jesus voltaria durante os anos 40 do século 19. (CCA)
[7] (Nota de H.P. Blavatsky) -- Cujas 700 esposas e 300
concubinas, diga-se de passagem, são apenas personificações de atributos do
homem, sentimentos, paixões vários poderes ocultos: os números cabalísticos 7 e
3 mostram isso claramente. O próprio Salomão, por outro lado, era simplesmente um
símbolo do SOL – o “Iniciado Solar” ou o Cristo-Sol, uma variante do hindu
“Vikkartana” (o Sol), destituído dos seus raios por Vishvakarman, seu
hierofante-iniciador, que assim tosquia seu candidato-Chrestos para a iniciação da sua radiância dourada e o coroa com
uma auréola escurecida e preta – a “coroa de espinhos”. (Veja mais explicações
em A Doutrina Secreta.) Salomão nunca
foi um homem vivo. Como descrito em Reis,
a vida e os trabalhos dele são uma alegoria sobre a provação e a glória da
Iniciação.
[8] Alambique: aparelho de
destilação, constituído por uma caldeira na qual se deposita o material líquido
por destilar, e onde se desprendem e acumulam os vapores que, por meio de uma
tubulação especial, chegam ao condensador e aí retornam, pelo resfriamento, ao
estado líquido. (CCA)
[9] Para Helena Blavatsky, há membros
dos grupos teosóficos que não são teosofistas, e teosofistas que não são
membros dos grupos teosóficos. Ser membro de um grupo é um evento externo e
social. Ser teosofista, isto é, viver o ensinamento, é algo interior, oculto,
essencial. A vida social e a vida interna são duas coisas diferentes, que podem
coincidir ou não. (CCA)
[10] Errare humanum est - “Errar é humano”, em latim. (CCA)
[11] “Raça”, do ponto de vista da
filosofia esotérica, pouco ou nada tem a ver com a cor da pele. Para a teosofia,
uma “raça” ou tipo humano corresponde a um longo conjunto de civilizações
humanas cujos cidadãos podem ter características físicas muito variadas. O
movimento teosófico é antirracista e defende ativamente a fraternidade
universal de todos os seres, independentemente de raça, credo, sexo, casta ou
cor. (CCA)
[12] H. P. B. editava a revista “Lucifer”, onde este texto foi publicado
em 1888. A palavra “Lúcifer” significa “portador da luz”, em latim. É um nome
pré-cristão, pelo qual os antigos se referiam a Vênus, a estrela d’alva. O
termo tem sido distorcido desde a Idade Média por teólogos desinformados que
buscam controlar multidões através do medo supersticioso. (CCA)
[13] A intenção original de H. P. B.
ao fundar o movimento teosófico foi agir em harmonia e cooperação com o
movimento espírita. (CCA)
[14] Nêmesis – Na mitologia clássica,
a deusa da justiça retributiva, agente da justiça divina, encarregada das
punições. (CCA)
[15] Fogo-fátuo: fogo passageiro que
se dá por combustão espontânea; brilho efêmero. (CCA)
[16] Isto, em 1888. Atualmente, o movimento
teosófico tem grande diversidade de linhas de pensamento. Neste contexto amplo,
a Loja Independente de Teosofistas foi fundada em 2016. (CCA)
[17] Jagannath, em sânscrito,
significa “o protetor do mundo”, um título de Vishnu e Krishna. “Carro”, aqui,
significa veículo, instrumento. (CCA)
[18] Nota de
Boris de Zirkoff em Collected Writings: “Longos trechos deste poderoso
editorial foram reproduzidos em The
Theosophist em janeiro de 1889, com alguns breves comentários,
provavelmente do Cel. Olcott.”
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O texto acima foi publicado pela
primeira vez sob o título “Is Theosophy a Religion?” em novembro
de 1888, em Londres, e reproduzido em “Theosophical Articles”, H.P.
Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, 1981, volume I, 512 pp., ver
pp. 56-68.
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