A Consciência Humana Transcende o Corpo Físico
Augusto de Lima

As páginas iniciais do volume
“Poesias”, de 1909
Nota Editorial:
Para a teosofia
original, a consciência humana não é um mero produto do cérebro. Ao contrário,
é a consciência que possui o cérebro como seu instrumento no plano físico. Através
dele, ela se expressa. A verdadeira consciência do indivíduo é uma função da sua
alma imortal e utiliza as diferentes funções do corpo, mesmo que o faça imperfeitamente.
H. P. Blavatsky escreveu:
“Não há órgão [físico]
específico para a vontade, assim como não há uma base física para as atividades
da autoconsciência”. [1]
A consciência
transcende o físico e não está presa a ele. No entanto, algumas funções básicas
da consciência giram em torno do coração, como sugere este poema de Augusto de
Lima. A filosofia esotérica confirma a ideia. O coração sente, pensa e tem
outras formas de percepção da verdade. Helena Petrovna Blavatsky afirmou:
“A escala setenária
de estados de consciência se reflete no coração, ou mais precisamente na sua
área, que vibra e ilumina os ‘sete cérebros’ do coração, assim como ilumina as
sete divisões ou raios que há em torno
da glândula pineal.” [2]
(Carlos Cardoso
Aveline)
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Psicologia
A um sincero
psicólogo moderno
qual a sede do
afeto, perguntei.
“Bem sei que o
afeto é um propulsor interno;
mas onde está, não
sei”.
Ao escalpelo, ao
bisturi, à sonda,
ao microscópio
igual questão foi posta;
e se alguém
esperar que se responda,
ficará sem
resposta.
A um moderno
cantor da natureza:
“Onde o afeto
reside?” Repeti.
- Pôs a mão sobre
o peito com firmeza
e respondeu-me:
“Aqui.”
É que a ciência
deduz e o sábio pensa,
iluminados da
razão somente;
mas o poeta, em
sua vida intensa,
deduz, cogita e
sente...
NOTAS:
[1]
Do artigo “Psychic and Noetic Action”, publicado em “Theosophical Articles”, de
Helena P. Blavatsky, edição em três volumes, Theosophy Co., Los Angeles, 1981,
532 pp., ver volume II, p. 9 (e também p. 13).
[2] Do texto “Consciousness
and Self-Consciousness”, publicado em “Collected Writings of H.P. Blavatsky”,
TPH, Adyar, Índia, volume XIII, 466 pp., 1982, ver pp. 288 e 289.
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O
poema acima foi reproduzido do volume “Poesias”, Augusto de Lima, Editora H. Garnier,
Rio de Janeiro / Paris, 1909, 300 pp., ver p. 180. A ortografia foi atualizada.
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O livro foi publicado pela Editora Teosófica,
de Brasília, tem 189 páginas divididas por 20 capítulos e inclui uma série de
exercícios práticos. Está na terceira edição.
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